Tragédia no Japão: revolução das mídias sociais e do jornalismo
Por Karine Figueiredo
Twitter e Facebook se tornaram grandes fontes de informações durante o caos no Japão. Com essas novas mídias em ascenção, o jornalismo se revoluciona.
No século XXI novas formas de se fazer jornalismo surgiram. Atualmente, é preciso que o profissional de comunicação saiba interagir com diversas mídias, como áudio, texto e vídeo em, algumas vezes, no mesmo veículo. O jornalista deve ser multifacetado para que ele se encaixe melhor no mercado de trabalho.
Outra grande transformação é a relação do receptor e transmissor de informações. Antigamente, as pessoas que recebiam as informações eram passivas ao conteúdo. O que acontece hoje é totalmente o contrário, pois o público quer ir além do fato de ser informado, deseja opinar e interagir com o que está sendo divulgado, através da internet.
Para que o profissional de comunicação compreenda melhor o seu fazer ele deve também pensar que as mídias sociais interferem de forma intensa e constante nas notícias atualmente. Por exemplo, hoje o Twitter e Facebook são grandes fontes de informações sobre diversos assuntos em todo o mundo.
Muitas vezes algo que acabou de acontecer é transmito em tempo real por esses canais de comunicação e só depois de uma apuração é que o fato vai ser informado pelos veículos que são conhecidos como fontes seguras: a televisão, o rádio e o jornal impresso. A internet ainda não possui grande aceitação com base na credibilidade. Assim, surge a capacidade do jornalista firmar a sua profissão perante a sociedade.
Um dos fatos que mais marcam a evolução das mídias sociais dentro do jornalismo é a tragédia que aconteceu no Japão, no dia 11 de março deste ano. Um terremoto seguido de um tsunami atingiu o país, no qual mais de oito mil pessoas foram mortas e doze mil estão desaparecidas.
As redes sociais tiveram um papel importante neste acontecimento, já que muitas pessoas informaram via Facebook e Twitter o que estava acontecendo no país em detalhes. Essa foi uma das maneiras em que os veículos de comunicação utilizaram para saber exatamente o que estava se passando no Japão. Os internautas relataram os sofrimentos, as angústias e as sensações provocadas pelos tremores.
Mas no meio de tanta tristeza e boas ações existem erros que não são aceitos. A Microsoft lançou uma forma de doação para as vítimas do Japão através do Twitter. A empresa determinou que a cada ‘’retweet’’ dado no perfil oficial do buscador, o @bing, ela doaria US$1,00, o que equivale a cerca de R$1,60, para o país por conta própria. A ação não foi bem recebida, a rede social criticou severamente a Microsoft por usar o pretexto para conseguir mais seguidores. Diante disso, a empresa se desculpou e afirmou que doou US$100 mil para a causa. O meio pelo qual as informações são obtidas atualmente é diverso, porém deve-se usar o bom senso ao utilizá-las. Portanto, o jornalista deve apurar e observar quais são as reações das pessoas diante de tantas informações.
Uma pesquisa global realizada pela CNN entre junho e agosto de 2010 mostrou que 43% das notícias on-line são compartilhadas nas mídias sociais. O estudo foi analisado com 2.300 consumidores e revelou que 27% das pessoas pesquisadas compartilham notícias em redes sociais. Classificado em segundo lugar vem o e-mail com 30%, SMS teve 15%, seguido de mensagens instantâneas, com 12%.
Ao analisar esta pesquisa é possível concluir que as mídias sociais estão ocupando cada vez mais a vida dos internautas e interferindo de forma significativa no jornalismo atual. O lado negativo dessa instantaneidade na internet é que muitas informações são divulgadas ao mesmo tempo e sem apurações confiáveis. Por isso, cabe ao jornalista verificar e exercer sua profissão de forma informativa e detalhista para noticiar ao público o que ele vai tomar como verdade.
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