As multifaces de Arnaldo Antunes

As multifaces de Arnaldo Antunes

Júlia Neves e Larissa Ferreira

 

“Pro lado de cá não tem acesso,
mesmo que me chamem pelo nome,
mesmo que admitam meu regresso,
toda vez que eu vou a porta some”
(Arnaldo Antunes)

O trecho de “O buraco do espelho” define muito bem o que a música de Arnaldo Antunes é capaz de proporcionar aos seus ouvintes: transcender o cotidiano por meio da beleza evocada pela sonoridade das palavras. A música poética do artista destaca o poder das palavras e, por meio destas, rompe com os padrões convencionais, extrapola os limites da linguagem e consegue nos dizer o indizível. A influência concretista está presente em suas letras que parecem brincar com as palavras, construindo e desconstruindo conceitos.
 

Arnaldo Augusto Nora Antunes Filho iniciou cedo sua paixão pela arte e pela literatura. Aos treze anos, já escrevia e desenhava seus primeiros poemas. Em 1978, Arnaldo ingressou na faculdade de Letras da Universidade Federal de São Paulo. Ainda na cidade, conheceu os integrantes do Titãs e passou a fazer parte da banda. Junto, o grupo marcou o cenário do rock na década de 80, conquistando fãs no Brasil e no mundo.

 

No Titãs, atuou como vocalista e compositor, participando de sete discos, sendo autor de grandes sucessos como "Bichos Escrotos" (com Sérgio Britto/ Nando Reis), "Comida" (com Marcelo Fromer/ Sérgio Britto), "O Que", "Família" (com Tony Bellotto), "Miséria" (com Sérgio Britto/ Paulo Miklos) e "O Pulso" (com Marcelo Fromer/ Tony Bellotto).  

 

Após dez anos com a banda de rock paulista, o músico resolveu seguir carreira solo. Em 1993, Arnaldo lançou seu primeiro disco solo chamado “Nome”. Desde então, outros nove discos foram gravados: "Ninguém" (1995), "O Silêncio" (1996), "Um Som" (1998), “O Corpo” (2000), “Paradeiro” (2001), “Saiba” (2004), “Qualquer” (2006), “Ao Vivo no Estúdio” (2007). Em parceria com os músicos Arnaldo Antunes, Edgard Scandurra, Taciana Barros e Antônio Pinto, lançou o álbum destinado ao público infantil, Pequeno cidadão” (2009). O cantor, compositor e poeta afirma que todos esses trabalhos são frutos de uma inquietude permanente, que o leva a experimentar formatos diferentes.

 

Em 2002, Arnaldo se juntou com os amigos Marisa Monte e Carlinhos Brown e montaram o grupo Tibalistas que, com apenas um CD, foram um sucesso nacional e internacionalmente. No Brasil, receberam o Prêmio Tim de Melhor Grupo e o Prêmio Austregésilo de Athaíde, na categoria Melhor CD e, ainda, o Troféu Imprensa 2002 de Melhor Grupo e Melhor Música – Já Sei Namorar. Conquistaram prêmios em vários países como  na festa do Grammy Latino 2003 em Miami, EUA, onde receberam o troféu de Melhor Álbum Pop Contemporâneo Brasileiro. Em Verona, Itália, ganharam no Festivalbar o Troféu de Música do Ano – Já Sei Namorar, entre outros prêmios.

 

As composições do artista já foram gravadas por grandes intérpretes da música brasileira, como Marisa Monte ("Beija Eu", "Volte para o Seu Lar" e outras), Jorge Ben Jor ("Cabelo"), Gilberto Gil ("A Ciência em Si"), Rita Lee ("O Que Você Quer"), Ney Matogrosso ("Comida"), Carlinhos Brown (“Carlito Marrón” e “Baby Groove”), Daniela Mercury (To remember) e muitos outros. 

  

Arnaldo Antunes: comentários

Não foram encontrados comentários.

Procurar no site

Tags