Anos perdidos?

Década de 1990 revela pérolas da música nacional e sucessos duvidosos

por Bruna Cris e David Batista

 

Os anos 1990 no Brasil foram marcados por diversos acontecimentos de grande relevância. Na política, presenciou-se o impeachment do presidente Fernando Collor e o fim das altas taxas de juros com o Plano Real. Também ocorreu a popularização da Internet e do telefone celular, assim como a ressurreição do cinema nacional, entre muitos outros fatos. E nas paradas de sucesso, qual era a trilha sonora dessa importante época?

 

De acordo com a Associação Brasileira de Produtores de Discos (ABPD), 75% da música consumida no Brasil é de origem nacional, o que justifica a rápida ascensão de ritmos populares como a lambada, o axé e o sertanejo na década de 1990. Um ícone da música nacional nessa década é a dupla Zezé di Camargo & Luciano, que teve 11 canções entre as 20 mais tocadas entre 1991 e 1999. O caminho para o sertanejo havia sido aberto em 1990, quando “Evidências”, de Chitãozinho & Xororó ficou em segundo lugar entre as músicas mais tocadas daquele ano. Também galgaram grandes sucessos na época as duplas Leandro & Leonardo, Gian & Giovani e João Paulo & Daniel.

 

Outro filão comercial da época, que acabou não vingando na década seguinte, foi o pagode romântico. O precursor do gênero foi o grupo Raça Negra, que conquistou a sexta posição nas paradas em 1992, com a música “Cigana”. O sucesso abriu caminho para grupos como Katinguelê, Exaltasamba e Só Pra Contrariar, banda esta que teve seis músicas entre as mais tocadas da década. A época também marcou a solidificação do axé, ritmo popularizado nos anos anteriores e que foi sucedido com hits de Netinho, Olodum, Banda Beijo, Banda Mel e Banda Eva. A junção das duas vertentes gerou outro gênero musical de sucesso: o pagode baiano, mais lembrado por suas dançarinas de curtos shorts e canções de tom lúdico-erótico. Os grupos Gera Samba, Companhia do Pagode e É o Tchan também carimbaram as paradas por diversas vezes nos anos 1990.

 

Outros ritmos também fizeram suas aparições nas paradas daqueles anos, como o funk melody (Claudinho & Buchecha), rap (Gabriel O Pensador), dancehall jamaicano (Skank, Cidade Negra), a dance music (Corona). O humor também foi bastante valorizado, com o sucesso meteórico dos Mamonas Assassinas, além de novos cantores da MPB (Marisa Monte, Adriana Calcanhotto, Zélia Duncan, Chico César) e artistas de outras décadas que conseguiram se manter ativos, como Legião Urbana, Kid Abelha, Caetano Veloso e Maria Bethânia. Mas como não lembrar aqueles que ficaram marcados por apenas um sucesso? Destacam-se Kaoma (“Chorando Se Foi”), José Augusto (“Aguenta Coração”), Vange Leonel (“Noite Preta”), Vanessa Rangel (“Palpite”), entre muitos outros.

 

 

Tópico: Anos perdidos?

Não foram encontrados comentários.

Procurar no site

Tags