www.democracia.com

17-03-2011 10:42

Por Guilherme Reis 

Desde o começo dos tempos, as divergências políticas acontecem. A história colecionou revoluções das mais brandas até as mais sangrentas, mas todas presenciais. A novidade é: retwitt @revolucao o povo unido jamais será vencido e mude o mundo.

 

Enquanto escrevo, um governo cai em algum lugar do planeta. Enquanto escrevo, alguém começa uma revolução por facebook, por twitter e orkut. É mais ou menos por aí. O mundo anda provando do poder da mídia digital da forma mais impactante possível. A mudança de status quo político. Os exemplos são vários. Os iranianos blogueiros, o egípcio revolucionário Whael Gonin e executivo do google, o conselho nacional de transição líbio e a blogueira cubana Yoani Sanchéz. Cada um desses tem um poder político e descentralizador nas mãos. Eles podem se comunicar com qualquer parte do mundo e esbanjar para o público suas convicções e ótica sobre a situação de suas nações da forma que desejarem.

 

Como essa forma de mídia é instantânea, o resultado pode levar ao caos em alguns dias. Hosni Mubarak demorou menos de um mês para sair do governo. Alguns cliques no mouse fizeram a Praça Tahir ficar lotada de fúria e desejo por mudança. Foram-se trinta anos de governo escorrendo pelos ralos egípcios. A moda revolucionária pegou mesmo no Oriente Médio. Começou com a Tunísia, passou para o Egito, Mauritânia Iêmen, dá o ar da graça na Líbia e por aí vai. 

 

Mas por que isso aconteceu? Os muçulmanos foram agraciados pelos ventos da democracia ocidental. Por meio da janela que chamamos de computador, os irmão islâmicos entenderam que é melhor poder escolher do que viver sob a égide de ser escolhido por governantes tiranos e politicamente inoperantes. O medo da internet é tão grande, que países radicais, onde quem manda são os aiatolás, como o Iran impedem a todo custo que informações via rede sejam despejadas na população. É uma forma de retardar o que está por vir. Segure as calças... a bata aiatolá Ali Khamenei!

 

O que parecia improvável anda acontecendo. Quem diria que os governos conservadores e ditatoriais um dia cairiam? Desde a Guerra Fria ninguém nunca imaginou uma mudança tão drástica no mapa geopolítico do mundo. As fronteiras existem apenas no plano imaginário, a pangeia digital está acontecendo.   A internet se tornou em um catalisador de anseios humanos.

 

Os países que estão mudando sua concepção política o fazem porque sentem necessidade. A Líbia tem uma taxa de desemprego de 30%. A família Kaddafi e algumas outras famílias próximas ao governo, são as únicas que recebem os lucros do petróleo. O presidente recém deposto da Tunísia, Ben Ali e suas mulher Silvia Trabelsi eram a todo momento acusados de corrupção e má administração pública. Silvia deixou a Tunísia roubando 30 milhões em ouro do tesouro nacional. Mubarak em trinta anos pouco avançou em política social no Egito. O índice de inflação do país é incrivelmente elevado, 12,8%. 20% dos egípcios vivem abaixo da linha da pobreza. Como os preços são elevados, os trabalhadores gastam grande parte do salário apenas para comer. São protestos verdadeiros de camadas populares que só querem viver com dignidade e liberdade. O protesto sem dúvida é legítimo e demonstra que quando o povo quer, ele consegue. A fórmula é poderosa e a equação é simples. Insatisfação popular + informação(mídia) = revolução política

 

Do ponto de vista libertário e social a ferramenta internet é altamente positiva, desde que os indivíduos sejam na sua grande parte inclusos. Isso se traduz da seguinte forma: quem tem a arma da comunicação tem maior poder.

 

Para dar certo, a ação midiática deve ser desenvolvida através de indivíduos de boas intenções. Caso aconteça o oposto o resultado pode ser desastroso. É só lembrar do ataque de hackers chineses que aconteceu em fevereiro desse ano contra cinco multinacionais do petróleo. O ataque serviu para roubar licitações e outras informações críticas. O ataque foi descoberto pela empresa de segurança digital McAfee, que aliás não divulgou o tamanho do prejuízo e nem o nome das empresas que sofreram o ataque. Imagine só hackers chineses com informações privilegiadas sobre prospecção do petróleo. Pode gerar uma crise internacional ou até mesmo uma guerra digital sem precedentes.

 

O uso da mídia aconteceu no passado para mudar regimes políticos também. A queda do Xá no Iran teve como potencializador as fitas cassete distribuídas por aiatolás iranianos com mensagens políticas. Hoje esse governo é colocado sob suspeita. Não é difícil encontrar comunidades e sites com conteúdo neonazista, que tem como intenção acentuar preconceitos e diferenças.

 

Apesar de idas e vindas no quadro comparativo, vantagens e desvantagens da momento informacional, a carta na manga que o povo/público tem agora é a proximidade com estado. É muito mais fácil vigiar o que os representantes públicos fazem. Qualquer um pode investigar contas e documentos do governo. O que antes se determinava apenas nos gabinetes, agora pode ser determinado por mouses e mídia social. A demanda social passa a ser entendida de cima para baixo. Todos agora podem dizer o que querem para o seu futuro tendo como trunfo a facilidade de encontrar quem pense igual. 

 

A internet usada de forma correta e como fonte de informação honesta pode sim transformar o imaginário popular e o mundo em um lugar melhor. É clichê e simplista, mas é verdade.

Dê sua opinião

Data: 23-03-2011

De: Lucas Alvarenga

Assunto: Mídias Sociais e Jornalismo

Guilherme, seu artigo atinge o que se propõe. A argumentação consistente sobre as revoluções pelo planeta deixa claro que as mídias sociais criaram um novo paradigma da participação social. Agora na grande rede, as divergências tornam-se mais evidentes e os sujeitos oprimidos têm voz.

No Brasil, a propagação de vídeos, jogos e comentários nas mídias sociais sobre a bolinha de papel que acertou José Serra foi determinante para a queda do tucano nas pesquisas e nas urnas. Não chega a ser uma revolução, mas ilustra os efeitos das mídias sociais em países democráticos.

Outro exemplo fica por conta de Obama. Uma revolução, afinal, ele é o primeiro presidente negro dos Estados Unidos.

Pergunta: como você utiliza as redes sociais para que suas opiniões não fiquem dispersas na internet? Você tem controle sobre seus visitantes e interage com eles por meio das mídias sociais?

Data: 29-03-2011

De: Guilherme Reis

Assunto: Re:Mídias Sociais e Jornalismo

Creio que a melhor forma de não deixar asminhas opiniõesdispersas na internet é me mostrar em um perfil coerente com elas. Se no twitter sigo perfis que transmitem informação relevante então a minha opinião será conectada com o que penso. Dessa forma, respondendo a sia segunda pergunta, essa é uma forma de controlar quem lê as minhas opiniões.
Trocando em miúdos: Na internet você também é quem você segue.

Data: 23-03-2011

De: Érica Fernandes

Assunto: crítica

Primeiramente devo parabenizá-lo, de fato seu texto está embasado e repleto de informações contextualizadas o que gera sustentação. Acredito que é isso, não tenho outras ressalvas.

Os excessos de liberdade que a internet traz não podem promover um contexto de libertinagem onde suas consequencias corroboram para a desordem e insegurança?

Data: 29-03-2011

De: Guilherme Reis

Assunto: Re:crítica

A libertinagem e desordem também aconteceram quando a internet não existia, dessa forma uma coisa sempre será importante, a atitude de pessoas corretas que agem sob a égida da mais concreta ética jornalística e humana.

Data: 20-03-2011

De: Lorena

Assunto: Mídias Sociais e Jornalismo

Muito bem, Guilherme. Seu texto é o melhor exemplo do que faz um bom jornalista: estuda, lê muito e se embasa antes de expressar sua opinião. Parabéns.

Com relação à publicação, lembre-se de reler o texto cuidadosamente, pois a incorreção como o uso de cacete no lugar de cassete, pode comprometer sua credibilidade.

Lembre-se de sempre inserir um fórum ao final dos seus textos, permitindo comentários.

Minha pergunta para você: como jornalistas e veículos utilizaram essas manifestações ao redor do mundo ? Você faz uso das redes sociais para promover o seu blog? Se faz, como? Se não faz, por quê?

Outra coisa: não deixe de negritar alguma ideia em cada parágrafo. Caso contrário, parece que estes parágrafos não marcados não contêm informações relevantes.

Data: 29-03-2011

De: Guilherme Reis

Assunto: Re:Mídias Sociais e Jornalismo

Póis é Lorena, a palavra cassete está tão tão ultrapassa que nem sei escrevé-la mais... Brincadeira! erro crasso e comprometedor. Mas ninguém éperfeito né?

Os jornalistas que busquei relatar no meu post, utilizaram blogs e twitter. Ambos se catalisaram. Twitter com uma boa idéia divulga blog com conceitos e opiniões políticas contrárias a situação. Resultado: Ploriferação de informação em pouco tempo, capaz até de derrubar governos.

Para divulgar meu próprio blog utilizo as redes sociais twitter, facebook e orkut. Com esses exemplos abrem espaço para você escrever em poucas palavras o que quer que as pessoas vejam fica mais fácil. É só postar o link daquela informação direta que o público alvo terá a informação filtrada.

Procurar no site

Tags