Akira Kurosawa, "O Iluminado"

Akira Kurosawa, o diretor japonês mais influente da história do cinema, também conhecido como “O Iluminado”, nasceu em 23 de março de 1910 em Tokyo, no Japão.

Isabela Araújo e Lucas Fernando Catta Prêta

O Início da carreira cinematográfica de Kurosawa foi em 1936, quando viu um anúncio no jornal para um teste de assistente de diretor e desde então não parou mais de trabalhar em filmes. 
 

Kurosawa iniciou seu trabalho no cinema com filmes de Dramas Realistas Contemporâneos, que em geral retratavam a realidade que o Japão vivia no pós-segunda guerra, onde ele evocava o neo-realismo italiano.

Depois de mais de 30 anos de carreira, o diretor enfrenta uma crise com filmes de pouca produção e falta de financiamento, além disso, apesar de todo o sucesso alcançado no ocidente, em seu próprio país, Akira era considerado cineasta de segunda categoria e muitos o criticavam alegando que o diretor era muito influenciado pela cultura ocidental, porém apesar de Kurosawa ter transcendido gêneros, períodos e nacionalidades, nunca deixou em segundo plano sua própria cultura, isso é percebido na movimentação dos atores, em sua obsessão por cenários autênticos e nas influências dos teatros Nô e Kabuki. Na época desta fase crítica Kurosawa tentou suicídio ao cortar o pulso por mais de trinta vezes. O fim dessa fase aconteceu devido ao apoio por parte de cineastas norte-americanos como: Francis Forda Coppola, Scorcese, George Lucas, que obtiveram recursos para criar novas obras-primas.

Uma das características mais associadas ao perfil de Kurosawa é o de ser perfeccionista e minucioso. Tais características estavam ligadas ao fato de que o cineasta participava de praticamente todas as etapas do processo de realização de um filme. Ele não apenas dirigia, mas também escrevia os roteiros, desenhava os personagens e as cenas de batalha, também sempre manteve o hábito de fazer desenhos coloridos das cenas dos seus filmes, que terminavam servindo como storyboard na rodagem, ajudava na fotografia e no posicionamento da câmera e fazia o corte final junto com o montador.

Quanto à linguagem cinematográfica de Akira Kurosawa, podemos tomá-lo como um cineasta que passa dos dramas históricos samurais às adaptações da literatura ou a crítica da sociedade contemporânea, em que o protagonista invariavelmente prefere a honra a qualquer outro valor sem que isso significasse a ausência de uma constante temática: “Todos os meus filmes têm um tema em comum: por que os homens não podem ser mais felizes juntos?”

Em sua densa obra percebemos a forte presença de elementos que representam uma fusão do espírito japonês e oriental com os valores universais, o ideal humanista encontra-se em seus filmes subordinado à beleza, sempre presente em imagens esplêndidas, de características impressionistas, criadas com notável, senso plástico e rigorosa noção de montagem.

Akira Kurosawa morreu em 6 de setembro de 1998, de hemorragia cerebral, aos 88 anos de idade.