Vaidade punitiva Por Daniel Ottoni

08-11-2010 21:22

 

A ostentação não fere nem pune. É um direito conquistado por alguns que gera reprovação e discórdia por parte dos não sortudos ou incompetentes. Se fizeram por onde ter, possuir e se vangloriar, que o justo merecimento seja mostrado e não escondido. O excesso propagado, ultrapassando limites não definidos e somente imaginados pelo senso comum, é o que incomoda. Paciência, filhos, não há nada que os impeça ou force a diminuir sua comemoração. Desde que não estejam ferindo (fisicamente) ou importunando a ordem pública, é direito deles como seu permanecer onde estão. Até que lhe provem o contrário. Pomposidade demais incomoda.

 

Nada cai do céu. Pode até ser que tudo aquilo ali não tenha sido conquistado com seus ‘méritos’ e sim recebido de mão beijada do bondoso e amoroso que lhe fornece todo esse bem-bom. Se a sorte não sorriu para você, paciência. Apenas algumas bundas nascem viradas para a lua. Contente-se com o que tem e pare de desejar o mau a quem lhe ofende. Deseje que o outro seja feliz na puta que o pariu e menos atormentos podem lhe surgir. Tudo que vai, volta. E seus desejos são cada vez mais pecaminosos. Portanto, sossegue e se apronte, que vem muito mais por aí.

 

A vaidade exacerbada e a luxúria de quem pertence podem esconder um alguém humano e leal? Duvida muito! Toda essa asa de fora, como um pavão prestes a levantar voo, não esconde uma figura de crédito. Tem a certeza de que se trata de leviano cúmplice do retrato real da sociedade. Apenas mais um destes tantos destemidos que não se incomodam com tantas diferenças e são impacientes aos incômodos do desinteresse e cotidiano plebeu.

 

O que não lhe fere, não perturba. Quando algo lhe incomoda, as coisas costumam ser resolvidas de forma fácil, ágil e longe de burocracias. Tudo na base de facilidades para todos os lados e não se fala mais no assunto. Só na palavra, assinaturas pra quê? Ali é só gente de boa fé, pode confiar.

 

Então, já sabe que a situação é esta e vai perdurar. Não reclame e faça o seu, pelos meios que lhe convier. Consciência tranqüila não tem preço. Você é de onde veio e ali vai permanecer. Os outros são os outros. Viva o seu e deixe o outro. Ame o próximo que lhe convier. A riqueza de uns é a tristeza de outros. Mas só daqueles que se deixam levar pelo infortúnio dinheiro que o destino propôs. Foi assim que se quis, assim que será. Melhor viver como der, sem mal a ninguém.

 

 

 

 

 

 

 

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