
Tudo junto e misturado
Por Bárbara Loureiro
O jornalista na mídia colaborativa deve surpreender o público
Atualmente, percebe-se claramente a mudança no fazer jornalístico. O século XXI é palco das transformações da sociedade que caminha junto com a Era Digital. Por isso, a convergência de mídias nunca foi tão discutida como agora. O jornalista passa a criar novas ferramentas e manter um diferente posicionamento com o seu leitor. Para o autor Evandro de Assis, “estamos na transição de uma comunicação unilateral, de emissor a receptor, para uma comunicação horizontal, onde todos podem exercer ambos papéis.”
No ano de 2007 o jornal O Globo publicou em seu site uma matéria denunciando a falta de segurança e ordem na delegacia do Pará. Com apenas um celular, foi feito um vídeo mostrando uma jovem sendo estuprada em uma cela. Esse tipo de denúncia, coleta de informação, vem sendo usado em todo o mundo. Os dispositivos móveis tornaram ferramentas não só para jornalistas como também para os receptores. Com eles surge um novo conceito de jornalismo. Além de coletar informações, alguns dispositivos móveis possibilitam o tratamento de texto, áudio e vídeo em qualquer lugar. E com a internet móvel o coletor pode publicar a informação quase que instantaneamente. Outro exemplo é da jornalista Juliana Vilas, Repórter da Revista Época-SP, que usa apenas um celular Nokia N95 para fazer suas entrevistas ao vivo com pessoas pelas ruas de São Paulo e publica tudo no Urblog, seu blog urbano.
No entanto, não são somente os jornalistas que estão sendo beneficiados com a tecnologia dos dispositivos móveis. O público é o grande impulsor do acesso móvel a informação vista nas redes sociais, como o twitter e nos micro-blogging. Para Assis “a mídia social está finalmente tornando público a informação, oferecendo-a para quem quiser acessar, consumir, manipular e distribuir do jeito que bem entender.” Dessa forma as pessoas passam a ser um pouco de jornalista, pois querem comentar, discutir e criar novas reflexões. O que resta para os jornalistas na mídia colaborativa é surpreender o público mantendo um relacionamento aberto com as redes.
Caracterizada como colaborativa, as mídias sociais aproximam pessoas, informam com mais agilidade e integra tecnologias. É a partir das mídias sociais que surge uma nova discussão sobre como fazer jornalismo atualmente. Não se tem dúvida que elas podem influenciar na produção de informações de forma colaborativa e atuar junto aos veículos jornalísticos. O twitter é um bom exemplo de rede social. Feito para levar informações seu impacto é expressivo. Para o jornalista ele pode ser usado para dar pequenas notícias com rapidez, dar furo, é fonte de informação e pode monitorar a repercussão e os desdobramentos de suas matérias .
O ano de 2011 começou ilustrando o poder do twitter. Nos primeiros dias de conflito na Líbia os jornalistas não puderam entrar no país. Quem informou para o mundo o que estava acontecendo foram os cidadãos locais via twitter e facebook.
É inevitável que as redações não usem essa nova ferramenta ?? . O que resta para os jornalistas é compreender as mudanças que as redes sociais propuseram na distribuição da informação e no dia-a-dia das redações sabendo tirar proveito delas. É importante ressaltar também, que nem toda informação divulgada na rede é verdadeira, isso faz com que o jornalista se diferencie, pois um bom profissional apesar de todas essas mudanças apura com exatidão sua matéria.