
Sorrizo, tristeza e O Palhaço
Quando a tristeza fala mais alto que a alegria devemos parar e escutar.
Camila Fonseca - JRN7
A obra “O palhaço”, de Selton Mello e Macelo Vindicatto, se passa no universo do circo. Onde se imagina que só há cores e alegria, encontra-se uma triste ironia. Benjamim, o palhaço Pangaré (Selton Mello), faz parte da trupe do Circo Esperança, de seu pai Valdemar (Paulo José) que dá vida no palhaço Puro Sangue. O jovem, que pinta um sorriso no rosto todos os dias para subir no picadeiro, sofre por dentro sem saber quem ele realmente é.
Sem identidade, CPF, e comprovante de endereço, Bejamim não se sente mais feliz no Circo. E vê uma oportunidade de recomeçar a sua história no encontro com uma garota. É a possibilidade de poder ter uma identidade, e buscar algo novo que o motiva. E assim começa a nova caminhada deste artista, em busca de um olhar que chamou sua atenção e de um ventilador, que o encanta pelo simples motivo movimentar o vento e os sentimentos.
No longa Selton Mello mostra todo o seu talento como artista. Demonstrando que é um profissional completo, deixando a sua marca todas as áreas do filme, desde o roteiro até o figurino. A delicadeza e sensibilidade com que ele tratou a obra ficaram claro na escolha do elenco, do cenário e no texto.
Selton, consegue mostrar a trajetória do palhaço sem deixá-lo melancólico. Mesmo nas cenas em que ele está no palco com toda a maquiagem e o sorriso, no olho aparece um olhar triste. Mesmo assim o artista consegue levar bem os dois lados da moeda.
As cores do filme também ganharam uma atenção especial já que elas transmitem ao telespectador uma explosão de sentimentos com interpretação. Repleto de cenas com cores escuras. Dando ao longa um ar lúdico, que só o circo consegue nos mostrar. As cores dos figurinos em tons pastel, bege, verde musgo, marrom e outros demonstram em qual época a história se passa.
O Palhaço não é só mais um filme classificado com drama. Ele mostra sim a história de Benjamim que deixa o Circo, por não estar feliz, mas apresenta ao telespectador o verdadeiro espírito de um palhaço – a busca plena por alegria. Em quanto está no palco ele ri e encantam o público e na vida que ele escolheu fora do picadeiro ele tenta resgatar a própria alegria. Mas o mais importante é saber que se não der certo ele pode voltar ao Circo.
Mesmo sendo classificado como drama, o filme apresenta um humor inocente e sensível a história. “O palhaço” conta com participações de Ferrugem, Jorge Loredo e Moacyr Franco, o último é um marco no humor nacional e reverenciado por muitos.
Com toda a caminhada do jovem palhaço ele percebe que o lhe deixa feliz é fazer parte de um todo. Está inserido em um grupo. Essa é a cura para a sua tristeza.
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CURIOSIDADES:
- Diretor e protagonista de O Palhaço, Selton Mello afirmou em entrevista que o filme "é uma mistura de Oscarito, Didi Mocó e Bye Bye Brasil". Além disto, disse que a produção o ajudou a sair da depressão
- Foi rodado na cidade de Paulínia, em São Paulo, e teve cenas também em Conceição de Ibitipoca, Minas Gerais
- As filmagens aconteceram nos meses de março e abril de 2010
- O orçamento estimado de O Palhaço foi de R$ 5 milhões
- O aniversário de 73 anos do ator Paulo José foi comemorado nos bastidores do filme, junto com toda a equipe de produção
- Selecionado como filme de abertura do Festival de Gramado 2011
FICHA TÉCNICA:
SAIBA MAIS:
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Questionário
O palhaço sempre foi feliz?
Ele percebeu que sempre foi feliz. (6)
Ele só foi feliz depois que retornou ao circo. (8)
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