Ser professora no CEAD

18-05-2012 20:04

Rotina de uma professora do Centro de Atendimento ao Adolescente em Belo horizonte.  A professora Mariza torres trabalha com jovens detentos no centro de recuperação e conta os desafios do dia a dia com os alunos.

 

Por Cassio Teles, Taiza Torres e Júlia Ratz

A Rotina de uma professora do Centro de Atendimento ao Adolescente em Belo horizonte é bem diferente de outras professoras em escolas públicas normais. A professora Mariza Barbosa trabalha com jovens detentos no centro de recuperação, o desafio de lidar com esses meninos é muito grande. Quando chega ao CEAD (Centro de Atendimento ao Adolescente) ela passa por vários portões com cadeados, pois o local possui toda uma segurança, para que os meninos não fujam do centro.

Em quatro anos de trabalho nesse ambiente a professora Mariza já passou por varias experiencias, boas e ruins. Ela conta que já levou vários meninos em sua outra escola para que eles tivessem outras vivencias e se sentissem importantes e valorizados. Um garoto em especial começou a trabalhar na escola como professor de futebol aos sábados. Esse menino que hoje já está em liberdade foi um dos poucos garotos que conseguiu sair do meio em que viviam e reconstruíram uma nova vida, longe dos crimes e das drogas.

 

Mas ela conta que também já passou algumas dificuldades assim que começou a trabalhar no centro. “Uma vez um dos meninos pegou uma tesoura, eu não vi e ele saiu com ela, depois foi muito difícil para mim, porque quando senti falta do objeto tiveram que dar geral em todos os meninos, e não acharam a tesoura foi encontrada depois dentro de um dos vasos sanitários” comenta a professora. Ela ainda fala que essa foi uma das maiores dificuldades que enfrentou, pois não conseguia entender que aqueles meninos que pareciam bons têm muita maldade, e não pensam duas vezes em prejudicar os outros.

 

A vivencia com esse meninos já ensinou muito a professora que tem mais de 25 anos de experiencia como professora. “Cada dia que entro lá é diferente, temos que ter jogo de cintura para lidar com eles, são meninos que tem dificuldade de relacionamento” afirma a professor. A maioria dos alunos tem uma família desestruturada, eles não tem pais e mãe em casa, “já tive um aluno que ele era filho do avó e tinha um filho com a irmã-tia, são meninos que precisam de muita atenção’ conclui a professora Mariza Barbosa.

 

 

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