Quem não pode ver?

19-05-2011 20:41

Mesmo com muita força de vontade, a aluna Ana Borges é exemplo de que o ensino superior precisa evoluir bastante para atender os deficientes visuais 

 

Por Lucas Oliveira, Nathália Faria, Gustavo Pimenta, Daniel Oliveira

 

Já foi o tempo em que ter alguma deficiência representava não poder ter uma vida trivial, com hábitos corriqueiros. A informação, a tecnologia e principalmente a quebra de muitos preconceitos têm feito com que, cada vez mais, a sociedade perceba a si própria respeitando suas naturais diferenças. Porém, algumas realidades ainda impedem a democratização do acesso ao conhecimento por parte destes indivíduos.

 

Assim é com Ana Borges, deficiente visual, aluna do Uni-BH, futura jornalista, figura carimbada nos corredores do centro universitário, que dá exemplo de força de vontade e autonomia. Ana está no 7º período do curso e definitivamente já conquistou o próprio espaço na Academia. Contudo, a jovem – que está no Uni desde 2008 – ainda é marcada pela inexistência de estruturas técnicas ajustadas à sua deficiência, e pela ignorância de pessoas que possuem o dom da visão, mas verdadeiramente não enxergam.

 

Mesmo com entusiasmo e motivação em sobra, Ana Borges encontra barreiras que já poderiam ter sido demolidas se a instituição se voltasse para ela, e para os outros que frequentam ou já passaram pelo Uni-BH. “Eu não sou excluída, os professores e colegas me ajudam, mas não tem material em braille e o programa que faz o computador falar aqui do Uni é muito precário. Antes de mim já tinham formado dois jornalistas aqui, então eu não falo só de mim, estou falando das dificuldades que os cegos encontraram aqui, de um modo geral”, pondera.

 

Apesar da cegueira, Ana é bastante despojada e, tendo na bagagem nada menos que dezesseis anos de teatro, tem um convívio excelente com os outros alunos do Uni-BH. Mas ela conta que já foi vítima de preconceito em situações desagradáveis, como quando foi recusada na hora da inscrição de um curso. “A secretária, que não tinha nada com a produção do curso, falou que eu não podia participar porque não tinha profissionais habilitados para lidar com o meu caso. E teve um outro lugar, em outro teatro, que não tinha espaço adaptado para isso. Sendo que eu sei me virar do meu jeito em qualquer espaço”, afirma.

 

Segundo o Censo da Educação Superior de 2008, na educação básica, os 68 mil deficientes visuais representam 0,13% dos 52,6 milhões de alunos matriculados em escolas públicas e particulares do país. Já no ensino superior, o contingente de 5,2 mil deficientes visuais simboliza somente 0,09% dos 5,8 milhões de universitários. Porém, um dado interessante é que, nas universidades, a presença de estudantes cegos ou com baixa visão aumentou 475% de 2003 para 2008.

 

Por tudo isso é que Ana, e muitos outros, não apenas do Uni-BH, precisam ser melhor percebidos, facilitando o acesso e permitindo que tenham os direitos básicos de uma vida comum. Não pra pensar em uma universidade, espaço contemporâneo de discussão e atualização de idéias, manter firmes as bases no preconceito e conservadorismo ultrapassados.

 

 

Tópico: Quem não pode ver?

Data: 28-05-2011

De: Bruno Frade

Assunto: Parabéns

Olá.
Gostei muito do tema escolhido. Parabéns pelo conjunto do trabalho (texto e slide). =]

Data: 27-05-2011

De: Roberto Romero

Assunto: Avaliação

Texto e entrevista muito bons. Não gostei muito das fotos, talvez pela opção pelo preto e branco e pela velocidade lenta (ou simplesmente câmera tremida), que lhes conferem uma obscuridade desnecessária, se todo seu discurso gira em defesa de sua igualdade diante dos demais, não cegos. Nota 8.

Data: 24-05-2011

De: Assíria

Assunto: Avaliação

O tema é interessante, por tudo que a mídia divulga é possível perceber que é grande a luta de um deficiente no Brasil, mas também que existem boas histórias de superação. O material ficou bom, o texto chama a atenção para um problema que abarca uma parte de nossa sociedade. Achei apenas que os cortes foram secos demais.

Nota: 8

Data: 24-05-2011

De: Renata Machado

Assunto: Quem não pode ver?

Gostei muito do tema escolhido, ele mostra a dura realidade de um deficiente visual. O texto aborda muito bem luta dessas pessoas.
Nota 9

Data: 24-05-2011

De: Rafael Soal

Assunto: Avaliação

Um lado da Ana que - pelo menos eu - nunca tinha visto. Só pelo novo ângulo já valeu a pena.

Assunto interessante, introdução interessante, áudio bom (mas com cortes muito secos, repentinos, sem fade-out), fotos legais, com ângulos legais e movimentos, mas a maioria vertical.

Nota: 9.

Data: 24-05-2011

De: Marina Mesias

Assunto: Quem não pode ver?

A deficiência visual é sempre um tema que chama atenção e foi muito bem abordado pelo grupo. As fotos e o áudio são bons, assim como o texto.
A apresentação de dados no início do video tornou o trabalho ainda mais interessante. Só acho que poderia ter ficado um pouco menor.
Nota: 10

Data: 24-05-2011

De: Ariane Archanjo

Assunto: Ana Borges

O tema abordado além de ser interessante é de grande importância para a conscientizar as pessoas. Infelizmente muitas pessoas não tem noção das dificuldades que os deficientes enfrentam. A falta de material em universidades e em outros lugares também limitam os deficientes de mostrarem o quanto competentes são ao poder interpretar textos, por exemplo. Ponto positivo para a forma como o texto foi elaborado, exaltaram a entrevistada não transformarando seu problema em um drama, mas sim como uma a lição de vida, mostrando que ela pode realizar coisas que pessoas sem deficiência não fariam. Um grande exemplo.

Minha nota é 10 ;)

Parabéns pelo trabalho!!!

Data: 24-05-2011

De: Karine Figueiredo

Assunto: Deficiência visual

Acredito que a deficiência visual é um assunto que abrange muitas polêmicas, já que a maioria dos lugares (faculdades, ruas, colégios) não possuem estrutura para abrigar esse tipo de pessoa. Assim, muitos deles passar por diversas dificuldades e buscam a valorização deles como ser humano, o que deve ser feito não só pelos cegos, como por qualquer pessoa. Achei interessante no slideshow a Ana falar dos problemas que o Uni possui para adaptação de alunos deficientes visuais, como também os pontos positivos que existem no local.
O vídeo ficou muito bem feito com fotos em preto e branco, o que oferece mais dramaticidade ao assunto, que é extramente relevante. Porém, acredito que poderia ter ficado um pouco menor.

Nota: 9

Data: 24-05-2011

De: Maria Luiza Mattar

Assunto: Nota: 10

Achei o trabalho muito bom. O áudio foi complemento do que estava no texto. Apenas uma parte do áudio ficou repetitiva, pois um mesmo assunto foi tratado no slide e no texto. Apesar de o tempo do áudio ter ultrapassado o estabelecido, não foi algo que me incomodou, pelo contrário, fiquei "ligada" do início ao fim. Gostei do uso das fotos em preto e branco.

Data: 24-05-2011

De: Thaís

Assunto: Nota 9

O assunto é bacana, já que muitas pessoas que tem essa deficiência podem se espelhar nos problemas relatados pela Ana. Achei o video bem feito, contem boas fotos, dados e imagens de acordo com o audio. Também gostei da vinheta inicial do video. Acho que o único erro foi ter mencionado o nome da faculdade, sendo que várias podem ter o mesmo problema.

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