Queima ele

08-11-2010 21:05

  Por Thais Rezende

(7° período - jornalismo UNI-BH)

thaisorezende@yahoo.com.br

 

 

No início deste mês o pastor norte americano Terry Jones anunciou que no próximo dia 11 de setembro iria por em prática uma manifestação polêmica, queimar 200 exemplares do alcorão, livro sagrado do Islã, na pequena cidade de Gainesville, na Flórida.

Essa medida seria tomada pelo fato de líderes islâmicos americanos quererem construir uma mesquita e um centro cultural islâmico no Marco Zero em Nova York, local dos atentados de 11 de setembro de 2001.

Burburinhos e reclamações a parte, o pastor nesta quarta feira dia nove de setembro resolveu voltar atrás e desistir desta loucura. A desistência de Jones vem acarretada pela forte pressão internacional, que via nesta forma de protesto uma grande chamada para o terrorismo. Tanto o governo americano quanto o de outros países temiam que terroristas se revoltassem e essa medida gerasse novos atentados no país.

A maior potência do mundo precisa deixar de se achar o centro das atenções e perceber que ninguém irá provocar mexer ou atacar o país por mero esporte. Neste caso ironizar e provocar pessoas que tem outro tipo de religião, que tem outra crença, é o estopim para esse povo que por enquanto está na dele.

O atentado de nove anos atrás, é importante relembrar que não foi o povo islâmico quem o executou e sim uma meia dúzia que pertence a rede terrorista Al- Qaeda. Isso não quer dizer que o Islã prega o terrorismo e os que crêem em Ala tiveram participação no ato.

Portanto o povo islâmico não tem a obrigação de serem humilhados, e verem um pastor debochar e achar que queimar um livro que para ele não tem importância é uma coisa normal.

Para Jones, essa forma de protesto no princípio podia até não ser vista como ofensiva, mas é só relembrar do fato acontecido e reconhecer que sua nação não é bem vista pelo resto do mundo, que se pode ter a idéia de que isso não seria legal.

Há tantas formas de protesto, porque não sair às ruas no dia 11 de setembro, relembrando as vítimas do atentado, e fazendo uma homenagem às mesmas e assim chamar a atenção das autoridades norte americanas?

Isso sim seria uma forma civilizada e correta de protesto.

Agora o pastor Jones não imaginava que ao ter essa idéia e ao divulgá-la na mídia o povo islâmico iria aplaudi-lo de pé? Aí é querer demais.

Os cidadãos norte americanos estão muito mal acostumados a serem o centro das atenções e a achar que o mundo é obrigado a aceitar suas críticas e decisões.

Além da desistência de executar o protesto, o pastor Terry Jones deveria pedir desculpas publicamente a todos os cidadãos que crêem no Alcorão, isso além de aliviar sua barra perante os outros países seria uma forma inesperada, afinal não estamos acostumados a ver nenhum americano a pedir desculpas ou se arrepender de seus atos errôneos.

O mais importante nisso tudo é reconhecer que religião não é forma de discussão e protesto, que cada um tem a sua, é essencial respeitar, pois até o presente momento ninguém ameaçou a queimar a bíblia que Jones usa em seus cultos.

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