Prós e contras de uma prostituta

17-10-2011 21:33

 

A história de uma jovem que ansiava por algo, mas não sabia exatamente o que.

 

Por Rômulo Abreu - JRN7
 



A sensação imediata e que perdurou ao assistir "Bruna Surfistinha" foi a de perplexidade. Tanto o enredo, a forma utilizada pela direção do filme para contar a história, a despeito das falhas, quanto a atuação do elenco, sobretudo da atriz Deborah Secco, que encarna Raquel Pacheco, a Bruna Surfistinha e a construção das cenas são confrontantes e fortes. Pela primeira impressão, esta produção é daquelas que se tornam temas de assuntos relacionados ou não ao cinema e certamente ficará na memória do espectador por longo tempo, apesar de não cumprir o objetivo de contar a história verossímil de uma prostituta.

 

Embora o filme traga corriqueiras e explícitas cenas de sexo, um se destaca, quando a jovem Raquel foi molestada por seu colega de escola, que a constrangeu a fazer sexo oral nele. A cena gerou repúdio pelo estupro praticado e chegou a provocar certa expectativa inibidora sobre o que ainda estava por vir.
 

O que causa estranhamento no desenvolvimento da história é a predisposição da personagem em se enveredar para o submundo da prostituição, sendo sua primeira alternativa para fugir do ambiente familiar. Este fato abre caminho para uma reflexão a cerca da possibilidade de haver inclinações na personalidade das pessoas para aderir a determinadas experiências de vida. Tal hipótese pode ser sustentada por traços revelados no comportamento de Raquel, como por exemplo, quando a menina foi atraída pelas capas de revistas em uma banca de jornal, nas quais expunham mulheres seminuas. E também quando ela se entregou facilmente às investidas do colega, chegando a tirar parte da roupa e aceitando, ou no mínimo, sendo passiva em fazer o que o rapaz pediu.
 

No caso do interesse pelas capas das revistas, pode indicar o desejo da menina em se tornar um símbolo sexual, pela fama ou necessidade de ser aceita, já que ela expressava carência afetiva em sua conduta. Em se tratando do envolvimento com o rapaz, talvez sugira que a moça apenas seja desprovida de preconceitos e pudores quanto aos seus desejos. Vale também considerar que ela pode ter sido influenciada a se entregar ao colega, por estar vulnerável e inconscientemente, não querer perder a chance de preencher sua carência.
 

Ademais, a trilha sonora do longa-metragem trouxe o clima de solidão e vazio necessários, porém exagerados, para compor a condição da garota de programa, o que casou pertinentemente com a falta de emoção da personagem, algo muito tangível em cada cena de sexo, nas quais ela não demonstrava de maneira demasiada, sensações como o medo, a dor ou o prazer.

 

Crítica Bruna Surfistinha - O Filme (por Rômulo Abreu) by Jornalismo

 

CURIOSIDADES:

- Bruna Surfistinha foi baseado no livro "O Doce Veneno do Escorpião", best-seller que vendeu cerca de 300 mil cópias no Brasil;
- Estreia de Marcus Baldini na direção de um longa-metragem;
- Inicialmente seria Karen Junqueira a intérprete de Bruna Surfistinha, mas o papel ficou com Deborah Secco;
- Foram nove e meia semanas de filmagens, entre outubro e dezembro de 2009;
- Em entrevista, Deborah revelou que as cenas de nudez, sexo, beijos em outra atriz, rebolado vulgar em balcão de bar, entre outras, não foram considerados desafios para ela, que considerou as cenas com uso de drogas muito mais complicadas pelo seu total distanciamento deste universo;
- A atriz não teve nenhum contato com a verdadeira Bruna Surfistinha antes do filme;
- Em entrevista Drica Moraes revelou que rodou o filme com leucemia, apesar de não saber ainda da doença. Ela passou mal por vários dias e foi diagnosticada apenas após o término das filmagens;
- A cobertura onde Bruna Surfistinha e suas colegas de trabalho moravam ficava na Cracolândia, na cidade de São Paulo, em um prédio de 12 andares que não tinha eletricidade;
- A trilha sonora inclui músicas das bandas paulistanas Cansei de Ser Sexy e Groove Armada;
- Raquel Pacheco, a verdadeira Bruna Surfistinha, aparece em uma ponta como a garçonete na cena em que Bruna e Hudson jantam fora;
- O lançamento nos cinemas seria em julho de 2010, sendo adiado para 25 de fevereiro de 2011;
- Levou 400.412 pessoas aos cinemas em seu primeiro fim de semana. Trata-se da sétima melhor estreia de um filme brasileiro na história;

 

FICHA TÉCNICA:

 

Título original: Bruna Surfistinha
Lançamento: 2011 (Brasil)
Direção: Marcus Baldini
Atores: Deborah Secco , Drica Moraes , Fabiula Nascimento, Cássio Gabus Mendes
 Duração: 109 min
Gênero: Drama
Roteiro: Antonia Pelegrinno, Homero Olivetto e José Carvalho, baseado em livro de Raquel Pacheco
Produção: Rodrigo Letier, Roberto Berliner e Marcus Baldini
Estúdio: TV Zero | Damasco Filmes e RioFilme (coprodutores)
Distribuidora: Imagem Filmes
Fotografia: Marcelo Corpanni
Direção de arte: Luiz Roque
Figurino: Leticia Barbieri
Edição: Manga Campion

 

SAIBA MAIS:

Site oficial de Raquel Pacheco 
- Site da TV Zero, produtora do filme

- Site de Bruna Surfistinha

 

LEIA TAMBÉM:

- Veja a crítica do filme no G1

- Confira a crítica no Uol

- Veja ainda a crítica no site Cinepop

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