Para o bem do Jornalismo

Por Tatiana Barros 

A nova era da comunicação precisa ajudar a imprensa

A internet, através das redes sociais, vem unindo as pessoas ao redor do mundo. Hoje, todos podem se comunicar com os outros através de inúmeras ferramentas oferecidas pela web. Twitter, Facebook, Skype são os verdadeiros canais de comunicação em larga escala que alimentam as redes de informações disponíveis ao público.

Diante deste cenário, os profissionais da comunicação não podem, simplesmente, fechar os olhos e ignorar o fato de que hoje vivemos uma revolução tão importante quanto o advento dos tipos móveis de Gutemberg, fundando a imprensa. Hoje, alcançamos um estágio em que não ficamos dependentes dos grandes veículos de comunicação, somente. Agora, somos potenciais provedores de informação.

E como isso é possível? O acesso a equipamentos capazes de registrar fatos, como um celular com câmera, por exemplo, já colaboram para que qualquer pessoa possa registrar algo, antes da imprensa formal.  Em poucos segundos e alguns cliques depois, o vídeo ou a foto já estarão disponíveis para o mundo, através da web. E quem interessar  poderá compartilhar com seus contatos, que por sua vez faz o mesmo e assim vai se alastrando, até chegar às mãos dos jornalistas.

A partir desse fato, há duas correntes que devem ser discutidas. Primeiro é a necessidade de apurar, corretamente, a informação. Como saber se a determinada foto ou vídeo condiz com o que realmente aconteceu? Este é um ponto. O outro é o reforço da necessidade de o jornalista manter-se informado ao longo do dia. Não basta ler o jornal pela manhã e assistir ao jornal à noite. É observar o que vem sendo postado nos blogs, o que está sendo discutido no twitter, e por ai vai.

Em relação à apuração, esta vem sendo, talvez, o principal problema deste novo modo de se fazer jornalismo. Não há como controlar as informações que “jorram” na internet. É preciso fazer um exercício enorme de saber separar o joio do trigo. A troca de informações com colegas com credibilidade continua sendo essencial, além de sempre que possível, ir na fonte da notícia. Entretanto, o que acontece hoje em dia é primar pelo imediatismo, relegando a qualidade. Publica a informação e depois confere se foi bem assim. É, ao meu ver, errado e antiético. As tradicionais formas de apuração continuam valendo.

Quanto à necessidade do profissional de comunicação manter-se conectado por 24 horas diárias não pode ser novidade. Porém, as empresas exigem que o novo jornalista saiba lidar com as informações via redes sociais, justamente para não cometerem os erros citados acima. Mas, mais do que isso, ninguém quer ser o último a noticiar um fato. Vivemos em uma época em que segundos fazem a diferença, na hora de publicar uma notícia, seja de 140 caracteres ou não. Os jornalistas, agora, precisam estar atentos a tudo o que vem acontecendo e é discutido na web, para que não fiquem atrás da concorrência.

Tomando os devidos cuidados, o jornalismo foi extremamente beneficiado por esta revolução da comunicação. Estamos vivendo um período histórico importantíssimo. Entretanto, é preciso ter consciência de que todas inovações tecnológicas irão, apenas, somar às outras técnicas de jornalismo já existentes. Para o bem do jornalismo.