
Poluição deixa Lagoa da Pampulha cada vez mais seca
Por Fernando Barcelos e Vinícius Rangel
A Lagoa perdeu, nas últimas três décadas, mais da metade da capacidade de retenção, hoje estima-se que o nível de água esteja em 7 milhões de metros cúbicos.
Em 1936, na administração do prefeito Otacílio Negrão de Lima, iniciou-se o projeto de represamento do ribeirão Pampulha, o objetivo era constuir uma lagoa para amortecer as enchentes e contribuir para o abastecimento de água da capital.
Apenas no ano de 1943 ela foi inaugurada como o nome de Lagoa da Pampulha, pelo então prefeito Juscelino Kubitschek. A Pampulha foi criada na visão de uma grande metrópole que deveria ter um lugar para lazer e turismo, por isso, foram construídos também um clube, um cassino e uma igreja, esta dedicada a São Francisco de Assis.
Para implementar esse audacioso projeto, Juscelino Kubitschek convidou os mais ilustres arquitetos, paisagistas e artistas plásticos brasileiros - Niemeyer, Burle Marx, Portinari, Ceschiatti, José Pedrosa, August Zamoisky e Paulo Osir Rossi, que a planejaram de acordo com os padrões modernistas internacionais.
Quando criada, estava em uma área distante das construções da capital. A ocupação do solo e os escassos investimentos em saneamento básico ao longo dos anos trouxeram sérias consequências ao local. A degradação do espelho d’água prejudica os moradores que residem próximos à orla.
Passaram-se 68 anos da inauguração da lagoa e o cenário já não é o mesmo.Dos 18 milhões de litros de água que a lagoa tinha, hoje estima-se que este número chegue a apenas 7 milhões. A área do espelho d água que está com apenas 40% da sua capacidade original, além de apresentar uma grande quantidade de matéria orgânica, contem baixas concentrações de oxigênio.
Veja no mapa os pontos de assoreamento:
Visualizar Assoreamento na Lagoa da Pampulha em um mapa maior
Estimativas da prefeitura de Belo Horizonte revelam que cerca de 70% da população que de alguma maneira acaba sendo afetada pelos problemas da lagoa da Pampulha, possuem renda baixa e muito baixa. A pesca na orla da lagoa é algo comum de ser encontrado durante visitas a Pampulha.
Devido a baixa renda familiar, 83,3% dos pescadores, se alimentam com os resultados da pesca, enquanto 9,1% pescam por lazer. Buscando a recuperação ambiental da Bacia Hidrográfica da Pampulha, a Prefeitura de Belo Horizonte criou no ano de 1997 o Consórcio de Recuperação da Bacia da Pampulha.
Este programa promove trabalhos educativos com a população. As ações políticas desenvolvidas para a preservação e recuperação da lagoa parecem ser bastante positivas no papel, mas na prática, percebemos vários pontos de assoreamento se formando na região, além dos odores oriundos da péssima qualidade das águas e as constantes pichações registradas na região. Estes fatores também preocupam e devem ser acompanhados por toda população. A Copa do mundo de 2014, pode levar ao mundo uma imagem negativa de um importante cartão postal de Belo Horizonte.
Saiba mais:
Recuperação da Lagoa da Pampulha
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