
O novo jornalista
Por Fernanda Carvalho
Desde que o mundo é mundo, nunca se teve tanta informação. Um novo jornalista surgiu. Um ser inquieto, que quer a todo custo se comunicar.
Inquieto, interessado, não tão ligado a forma e a ética, um obcecado por se comunicar. Um bicho racional, que se utiliza do mundo para viver nele, que está sempre atento aos outros e ao que eles fazem, que não deixa passar nenhuma oportunidade de sempre falar mais. Um ser que está em todos os lugares e que a tudo vê e tudo vai mostrar. Esse é o novo jornalista.
Nessa nova era guiada pela internet e pelas redes sociais, o novo jornalista é o chefão das informações. A democracia global das redes sociais deu ao povo o poder de dizer tudo que quiser para todo o mundo.
As redes sociais integraram o mundo em uma teia gigantesca de múltiplas ligações. Nesse contexto em que o globo se encontra, o jornalismo ganha um papel completamente diferente. Os meios de comunicação precisam se adaptar, a todo segundo, às gigantes modificações causadas por essa rede enorme de compartilhamento.
Qualquer pessoa no mundo agora pode ser jornalista. Um jornalismo independente que surgiu da necessidade que as pessoas têm de se expressarem e, também, da impossibilidade de um jornalista, ou uma empresa de comunicação, de estar no momento certo e no lugar exato de um determinado acontecimento.
Outra necessidade surgiu de forma mais aguda nesse contexto atual. A necessidade de se inteirar de tudo que acontece no mundo. Somente esse jornalista, o povo, é capaz de registrar todos os acontecimentos.
Os meios de comunicação se adaptam a isso abrindo espaços para esse novo jornalista. É imprescindível que isso aconteça. As empresas jornalísticas dedicam quadros específicos para isso na internet, na televisão, na rádio; elas dão a voz ao público e dessa forma também se aproximam do público. E quem abriu a possibilidade para que isso acontecesse de forma mais fácil foi a internet.
Na internet tudo é rápido e fácil. Um vídeo feito aqui no Brasil pode ser enviado em questões de minutos, ou até segundos, para um morador do outro lado do globo. As trocas de informações cresceram tanto que uma hora a rede não vai suportar tanto armazenamento de ideias.
Atualmente basta uma pessoa ter uma ideia para que ela seja passada para um universo de pessoas. As redes sociais são fáceis de serem usadas e passam a informação de forma muito mais rápida se comparado aos jornalistas de menos de 10 anos atrás.
E desse mesmo modo que as redes sociais são positivas por propagarem informações por toda parte do mundo, são também perigosas por exporem as pessoas, por muitas vezes, mais do que o necessário. A necessidade de se comunicar também originou esse tipo de perigo. As pessoas se comunicam tanto, se expõem tanto, que se tornam abertas a perigos maiores do que antigamente.
Atualmente é possível encontrar qualquer pessoa em qualquer parte do mundo. Todos os nomes aparecem de alguma forma no Google. As realizações profissionais, os textos, fotos, vídeos, tudo está na rede da internet. Arquivos que uma pessoa pode nem conhecer são colocados na internet, muitas vezes de forma antiética. O respeito pelo ser humano perdeu para a gigantesca necessidade de se encaixar no mundo da internet, de ser aceito, de se comunicar dentro dele.
Dessa forma também é importante que o jornalismo profissional não se perca nessa onda antiética. É importante que o jornalismo profissional se mantenha profissional e utilize-se dessas redes sociais e da internet de forma geral para se comunicar de forma mais próxima com a população, como forma de humanizar o jornalismo, estar ao lado do povo e em prol do povo.
A internet modificou não só o jornalismo, mas também o mundo. Manifestações são organizadas diariamente em todo mundo através das redes sociais. A política se tornou diferente também. Os políticos perceberam que é essencial estarem atentos aos movimentos das redes sociais e também movimentá-las de forma consciente.
As últimas eleições foram a prova disso. No twitter um debate à parte aconteceu durante todos os debates televisivos. Pessoas contratadas estiveram completamente atentas a isso: fizeram parte dos debates dos twitteiros. Provavelmente influenciaram de alguma forma uma ou outra pessoa a votar em algum candidato.
No Irã uma mulher foi morta durante uma manifestação. Pouco tempo depois um vídeo com o momento de sua morte já circulava por todo o mundo. Um pequeno retrato de um massacre que marcou talvez muito mais do que a própria manifestação. Uma imagem que chocou e que provocou diversas reações em todos os lugares. Uma imagem que, de alguma forma, mudou o mundo.
A internet está mudando o mundo. Se é para o bem ou para o mal, tudo depende de você. Essa é, definitivamente, a era da democracia global.
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