
O Lobisomem: o lado sombrio do ser humano
Dualidade do ser humano é retratada no longa
Por Gustavo Pedersoli - JRN7A
A trama de “O Lobisomem” é ambientada na Inglaterra do período vitoriano, no final do século XIX. No filme, lançado em 2010, Benício Del Toro, conhecido pela atuação em filmes como Snatch - Porcos e Diamantes e Sin City - A Cidade do Pecado, vive o ator shakesperiano Lawrence Talbot, que está fazendo uma grande turnê pelos palcos da Europa e pretende alavancar sua carreira indo para a “terra das oportunidades”, a América.
Ele vê sua sorte mudar quando recebe um chamado de sua cunhada e tem de retornar a velha mansão dos Talbot, após ficar afastado de sua família por mais de vinte anos, para solucionar o misterioso desaparecimento de seu irmão. Porém, ao retornar para seu antigo lar, Lawrence descobre que seu irmão foi assassinado em circunstâncias misteriosas.
A situação torna-se mais complicada quando ele descobre que os moradores do vilarejo da região têm visto nas redondezas, com freqüência, a aparição de uma fera sanguinária nas noites de lua cheia, o que tem causado terror em seus habitantes.
É nesse clima de suspense e terror que o longa se desenvolve, com excelentes atuações de Benício Del Toro (no papel do protagonista) ao lado do prestigiado ator Anthony Hopkins, que encarna o pai do personagem principal, o sombrio Lord Talbot. Além dessas características, o longa também aborda temas que assolam o ser humano, como a linha tênue que separa a razão da loucura.
Em uma das cenas é mostrado ao espectador o “tratamento” de choque que as pessoas diagnosticadas com alucinações e distúrbios mentais recebiam naquela época. O personagem Lawrence é amarrado a uma cadeira de tortura e, em seguida, é mergulhado num tanque com água fria (percebe-se claramente os pedaços de gelo na superfície do líquido).
A película, de forma intrínseca, critica o cientificismo da época e mostra o conflito entre as tradições e as mudanças do mundo moderno, isto é, de um lado as crenças e lendas e do outro a ciência e o progresso.
Outro assunto recorrente no filme é a questão dos dilemas existenciais como, por exemplo, enfrentar os fantasmas do passado e a dificuldade de lidar com as emoções e sentimentos.
Enfim, além de ser uma boa pedida para os que buscam o bom entretenimento, O Lobisomem é também uma forma de refletir sobre os dois lados que nos compõem: o humano e o animal.
Crítica do filme O Lobisomem por Gustavo Pedersoli by Jornalismo
CURIOSIDADES:
- É a 2ª refilmagem de um filme de monstros em que Anthony Hopkins atua. A anterior foi Drácula de Bram Stoker (1992);
- O inspetor Aberline, interpretado por Hugo Weaving, é a versão de um personagem histórico: o inspetor da Scotland Yard que investigou os assassinatos cometidos por Jack, o estripador, na década de 1880;
- As filmagens ocorreram entre março e junho de 2008, com novas cenas sendo rodadas entre 22 e 31 de maio de 2009;
- A maquiagem usada em Benício Del Toro para transformá-lo em lobisomem levava três horas para ser aplicada e outra hora para ser retirada;
- Refilmagem de O Lobisomem (1941).
FICHA TÉCNICA:
Título original: The Wolfman
Gênero: Suspense
Duração: 125 min
Ano de lançamento: 2010
Estúdio: Universal Pictures / Stuber Productions / Relativity Media
Direção: Joe Johnston
Roteiro: Andrew Kevin Walker e David Self, baseado em roteiro de Curt Siodmak
Produção: Sean Daniel, Benicio Del Toro, Scott Stuber e Rick Yorn
Música: Danny Elfman
Fotografia: Shelly Johnson
Direção de arte: John Dexter, Phil Harvey e Andy Nicholson
Figurino: Milena Canonero
Edição: Walter Murch, Dennis Virkler e Mark Goldblatt
Efeitos especiais: Double Negative / Centroid Motion Capture / Lidar Services / Moving Picture Company / Plowman Craven & Associates
SAIBA MAIS:
- Oscar 2011 de melhor maquiagem
LEIA TAMBÉM:
Tags:
Tópico: O Lobisomem: o lado sombrio do ser humano
Tags
Questionário
Qual a melhor cena do filme?
A aparição do lobisomem no acampamento de ciganos (4)
O lobisomem fugindo da polícia em Londres (2)
Total de votos: 8