
O gás de Hélio
Por Fábio Rocha*
(7º período - Jornalismo UNI-BH)
É claro e evidente o desespero de Hélio Costa (PMDB). Mas também, para quem estava à frente até o meio do mês de agosto e levou a virada, a ponto de ficar nove pontos atrás de Antonio Anastasia (PSDB), é de se assustar. Para o candidato tucano, a situação está mais cômoda. Tem o apoio de Aécio Neves e, por isso, não precisa fazer muito esforço para subir nas pesquisas. Bastou aos marqueteiros associar - ainda mais - a imagem de Anastasia à do ex-governador. Hélio tem uma tarefa difícil. Mas chegar ao ponto de colocar sob suspeita a credibilidade de quatro institutos de pesquisa, cheira desespero de quem prevê que pode ser derrotado nas eleições. Lembrando que esta é a segunda vez que Costa faz tais questionamentos. Ele já havia criticado as pesquisas no final de agosto.
Desprezar todas as pesquisas que o apontam em segundo lugar? Logo agora? Atitude, no mínimo, estranha. Curioso, por que Hélio Costa não criticou os números quando ele estava na frente. A assessoria de Hélio Costa afirmou que, assim, fica difícil para o eleitor ter a real dimensão do quadro eleitoral. Pra quê ter a dimensão do quadro eleitoral? Para uma parcela da população saber qual candidato está na frente nas pesquisas e votar nele? O problema é que muitos eleitores indecisos votam influenciados por pesquisas, não refletindo e/ou avaliando as propostas.
Já Anastasia, quando figurava atrás, não falava dos números. Agora eles são recorrentes em sua campanha. A diferença é que o tucano não menosprezou as pesquisas quando aparecia em desvantagem. Pode ser também porque ele tinha a plena certeza de que subiria nas intenções de voto por causa de Aécio.
Devemos ter em mente que as sondagens eleitorais são retratos do momento. Seus resultados não informam sobre o que vai ocorrer, não tentam prever o futuro, apenas indicam uma tendência. Claro que os institutos também estão sujeitos a erro. É só lembrar do Ibope nas eleições para prefeito de São Paulo, em 2004, e em Palmas (Tocantins), em 2008, quando os números apresentaram divergências gritantes.
No entanto, passa a impressão de que o gás de Hélio está acabando. Ao mesmo tempo em que questiona Ibope, DataFolha, DataTempo e EM Data, o peemedebista pede, pela terceira vez, a ajuda de Lula em sua campanha em Minas Gerais. Atitude muito contraditória. Enquanto isso, Anastasia segue firme na disputa pelo comando da Cidade Administrativa e amparado pelo seu fiel escudeiro (ou seria escudo?) Aécio Neves.
* Fábio Rocha é estudante do 7º período de jornalismo no Centro Universitário de Belo Horizonte.