O processo de transformação na comunicação

17-03-2011 19:12

Por Thiago Madureira

Como a Internet transformou o fazer jornalistico

 

Desde o início dos anos de 1990, com a implantação e disseminação da internet no Brasil, observa-se um processo relevante na mudança da comunicação e, por consequência, em algumas profissões, sobretudo no jornalismo. Com esse novo veículo, se assim podemos denominar a internet, a comunicação sofre uma reviravolta. O que durante décadas seria impensável, embora o sociólogo Manuel Castells descreva que essa tendência tenha começado ainda nos anos de 1960, a partir do final do século 20 se intensifica: o receptor deixa de ser um consumidor passivo e se torna também emissor. Os papeis podem ser exercidos por qualquer cidadão com acesso a rede mundial de computadores e um conhecimento razoável dos processos de construção de informação. A comunicação, portanto, se horizontaliza.

 

Com toda essa mudança, a relação entre a mídia e seus consumidores está vivendo uma fase de adaptações. Aproximar-se do consumidor virou mais do que uma necessidade, uma obrigação. Para ser engajado e não deixar de ser um veículo do seu tempo, é preciso ser inclusivo, abraçar os locais onde os novos usuários se encontram. Ter um perfil nas redes de relacionamento, como Twitter e Facebook, é essencial para os meios de comunicação que querem ampliar a sua visibilidade e se abrir para novos públicos.

 

Com isso, a antiga informação controlada pelas mãos de poucos, em tese, não existe mais. Os grandes sítios de informação, assim como citado no livro “Jornalismo e Mídia Social”, não conseguem acompanhar com a mesma agilidade o fluxo de sites como o Twitter. O jornalismo, assim, deve se adaptar as novas técnicas e tecnologias surgidas.

 

Um acontecimento que ilustra bem essa mudança refere-se ao tremor ocorrido há alguns anos em São Paulo. As primeiras informações postadas sobre o ocorrido foi dada no sítio Twitter, por Dirceu Pauka Jr., um garoto de 19 anos. Catorze minutos depois, o G1 dava essa informação.

 

Esse caso de Dirceu evidencia o surgimento de um novo tipo de jornalismo, o colaborativo. Mais importante para os leitores do que ter a informação completa no outro dia pela manhã ou daqui a alguns minutos ter mais informações sobre o caso é estar informado do fato. Com isso, as formas de fazer jornalismo vão mudar. O que não deve mudar, contudo, é a modelo sério de apurar as informações e a preocupação em divulgar notícias de interesse público.

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Data: 23-03-2011

De: Rafael

Assunto: Crítica: Mídias Sociais e Jornalismo

Thiago,

O texto explica de forma objetiva uma das características mais importantes das redes sociais no jornalismo, a velocidade da informação. O exemplo do garoto de 19 anos que usou o Twitter para dar o furo de reportagem é bom para fundamentar o argumento que você defende. Além disso, as referências de livro e autor se encaixaram bem à proposta.

Porém, existe uma série de possibilidades que as redes sociais oferem além de velocidade, como interação como nunca se viu.

Acredito que só devido a falta de profundidade nessa característica que o texto perdeu um pouco. Mas isso não é o bastante para tirar os méritos do bom artigo. Como a função é informar, mesmo que falte alguma coisa, ele cumpriu o papel.

Data: 20-03-2011

De: Lorena

Assunto: Mídias Sociais e Jornalismo

Oi Thiago,

Apesar do bom texto, o artigo ficou superficial e deixou no ar várias questões importantes sobre Mídias Sociais e Jornalismo.

Existem exemplos muito mais relevantes e atuais sobre o uso das redes sociais no Jornalismo.

Portanto, pergunto: como as redes sociais contribuiram para com o Jornalismo em tragédias como o Tsunami e o terremoto no Japão? Como ajudaram a derrubar governos no Oriente Médio? Quais as questões éticas envolvidas nestes novos processos de apuração e distribuição da notícia?

Mais um detalhe: combinamos um formato de publicação e precisamos segui-lo para que a webrevista tenha um padrão. No webjornalismo, como você bem sabe, somos responsáveis também pela edição.

Lembre-se de sempre inserir um Fórum para comentário ao final dos seus textos aqui na revista, ok?

Data: 23-03-2011

De: Thiago Madureira

Assunto: Re:Mídias Sociais e Jornalismo

Realmente, o texto ficou superficial. Compreendi a proposta de elaboração do artigo de forma equivocada. Então vamos às respostas. Algumas manifestações contra os regimes despóticos no Oriente Médico foram organizadas por meio das redes sociais digitais. Os locais de encontro das passeatas, assim como os horários e os brados de guerra, foram definidos via sites de relacionamento. Sua importância se estende também, sobretudo, a informação. O restante do mundo soube das primeiras manifestações, ainda no começo do ano, via internet. Conduto, acredito que o papel das redes sociais se limite a isso, embora já seja, obviamente, um grande caminho andado. O descontentamento da população com a vida sofrida nesses países e a continuidade de regimes autoritários com poucas políticas efetivas voltadas ao povo foram os grande desencadeadores dessas revoltas. Quero salientar também que no Egito, por exemplo, os movimentos contra o governo tiveram como estopim um comerciante que queimou o próprio corpo após repressão policial a sua banca. A partir daí, foram dias intensos de protesto até a queda do ditador.
Quanto à tragédia no Japão, vimos uma cobertura completa com um show de imagens e fotos distribuídas pelos milhares de sites de redes sócias e outros. Como o Japão é uma referência em tecnologia, essa cobertura foi ainda mais completa. Desde a chegada do tsunami à costa japonesa até os primeiros tremores sentidos pela população foram gravados pelos milhares de nipônicos com seus aparelhos celulares ou câmeras digitais.
Já os questionamentos éticos, é imprescindível, antes de qualquer publicação ou informação dada por um jornalista, apurar. Confirmar as informações que são publicadas nas redes sociais, a maioria sem a devida responsabilidade, é mais do que necessário, é uma obrigação.

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