
O processo de transformação na comunicação
Por Thiago Madureira
Como a Internet transformou o fazer jornalistico
Desde o início dos anos de 1990, com a implantação e disseminação da internet no Brasil, observa-se um processo relevante na mudança da comunicação e, por consequência, em algumas profissões, sobretudo no jornalismo. Com esse novo veículo, se assim podemos denominar a internet, a comunicação sofre uma reviravolta. O que durante décadas seria impensável, embora o sociólogo Manuel Castells descreva que essa tendência tenha começado ainda nos anos de 1960, a partir do final do século 20 se intensifica: o receptor deixa de ser um consumidor passivo e se torna também emissor. Os papeis podem ser exercidos por qualquer cidadão com acesso a rede mundial de computadores e um conhecimento razoável dos processos de construção de informação. A comunicação, portanto, se horizontaliza.
Com toda essa mudança, a relação entre a mídia e seus consumidores está vivendo uma fase de adaptações. Aproximar-se do consumidor virou mais do que uma necessidade, uma obrigação. Para ser engajado e não deixar de ser um veículo do seu tempo, é preciso ser inclusivo, abraçar os locais onde os novos usuários se encontram. Ter um perfil nas redes de relacionamento, como Twitter e Facebook, é essencial para os meios de comunicação que querem ampliar a sua visibilidade e se abrir para novos públicos.
Com isso, a antiga informação controlada pelas mãos de poucos, em tese, não existe mais. Os grandes sítios de informação, assim como citado no livro “Jornalismo e Mídia Social”, não conseguem acompanhar com a mesma agilidade o fluxo de sites como o Twitter. O jornalismo, assim, deve se adaptar as novas técnicas e tecnologias surgidas.
Um acontecimento que ilustra bem essa mudança refere-se ao tremor ocorrido há alguns anos em São Paulo. As primeiras informações postadas sobre o ocorrido foi dada no sítio Twitter, por Dirceu Pauka Jr., um garoto de 19 anos. Catorze minutos depois, o G1 dava essa informação.
Esse caso de Dirceu evidencia o surgimento de um novo tipo de jornalismo, o colaborativo. Mais importante para os leitores do que ter a informação completa no outro dia pela manhã ou daqui a alguns minutos ter mais informações sobre o caso é estar informado do fato. Com isso, as formas de fazer jornalismo vão mudar. O que não deve mudar, contudo, é a modelo sério de apurar as informações e a preocupação em divulgar notícias de interesse público.