A vida e o sucesso do rei da pilantragem

18-10-2010 22:02

Fama, sucesso, rejeição e morte. Do maior intérprete da música popular brasileira à dedo-duro da ditadura. Livro, documentário e coletâneas que compõe seus sucessos. São 10 anos sem Simonal. E uma grande oportunidade de criar uma opinião sobre o maior cantor da década de 70.

 

por Priscila Alcântara JRN7

priscilaoalcantara@gmail.com

 


Wilson Simonal nasceu em 1939, no subúrbio do Rio. Começou seu sucesso nas décadas de 1960 e 1970. Interpretou músicas como: Meu limão meu limoeiro, Sá Marina, Pais Tropical e tornou-se o rei da pilantragem. Apresentou o programa Show em Si...monal, na TV Record. Mas foi no inicio da década de 1970, que Simonal começava a viver seu pior momento. Vítima de um desfalque, o cantor foi demitiu o seu contador Raphael Viviane, o suposto culpado, que moveu uma ação trabalhista contra o cantor. 

Em agosto de 1971, Simonal teria sido apontado como o principal autor da tortura sofrida pelo contador. Foi diante disso, que Simonal foi referido como colaborador das Forças Armadas e Informante do Dops.

Mas Simonal era culpado ou inocente? Dedo-duro ou vítima de difamação movida pelo rancor, inveja, racismo? São essas perguntas que o autor, Ricardo Alexandre, consegue responder através de uma minuciosa e completa biografia sobre Simonal.  Todas as fases do cantor são contadas no livro, de forma leve e envolvente, baseada em dados, entrevistas e claro, muita pesquisa.

 

 O autor Ricardo Alexandre quis enaltecer o lado positivo do cantor. Pode ser que tenha sido involuntariamente, mas todas as linhas do livro levam a crer que Simonal foi mesmo inocente sobre o fato de ser informante do Dops. Em entrevista ao Correio, o autor fala da parte mais difícil de ser reconstituída, que foi a infância. Realmente essa fase não tem tantos detalhes como as outras, é falada de forma mais superficial. Mas segundo Alexandre, o próprio Simonal não falava sobre sua infância e eram pouquíssimas as testemunhas vivas para relatar sobre esses períodos de vida do cantor, por isso a dificuldade. O autor ainda comenta que não queria dar dois ou mais motivos sobre a inocência ou condenação de Simonal em relação à ditadura. Segundo ele, o que aconteceu foram séries de coincidências que levaram o Simonal a caminhos que chegassem a sua condenação, mas que na verdade, a maioria das pessoas eram convencidas sem saber o fato real.  

E no livro: "Nem vem que não tem - a vida e o veneno de Wilson Simonal, a verdade é contada, claro, de acordo com o ponto de vista de Ricardo Alexandre.

 

 

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Curiosidades

 

- Ricardo Alexandre dedicou dez anos para pesquisar a vida de Simonal

- O autor teve dificuldades de reconstituir a infância de Simonal. Pois havia pouquíssimos relatos.

- O livro mostrou quem era o verdadeiro Wilson Simonal de Castro

- Ricardo Alexandre ficou dois anos redigindo o livro

 

Ficha Técnica

 

Título: Nem vem que não tem - A vida e o veneno de Wilson Simonal
Autor: Ricardo Alexandre
Editora: Globo
Genero: Livros Biografia e Memória
Páginas: 392
Formato: 16X23

ISBN: 978-85-250-4728-1
Preço: R$ 39,90 / Preço da Editora.

 

Saiba Mais: 

Site oficial da editora

Entrevista com o autor

Ricardo Alexandre em sessão de autógrafos

Entrevista com Ricardo Alexandre à rádio Globo

Simoninha falando sobre o pai

Matéria sobre o documentário 

 

Leia Também: 

Crítica do Digestivo Cultural

 

Matéria do Folha Online 
Matéria do Imparcial Online

Tópico: Ninguém sabe o duro que dei

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Questionário

O documentário conseguiu "limpar" a barra do Simonal em relação a fama de dedo-duro da Ditadura?

Tentou, mas não conseguiu. Ele continua o dedo-duro (3)
25%

Limpou! Para mim ele não contribuiu em nada. (3)
25%

O filme me deixou com muitas dúvidas. (3)
25%

Sujou mais a barra dele. Ele era uma péssima pessoa. (3)
25%

Total de votos: 12