Muitos números. Poucas palavras.

Por Diego Costa e Mikaela Salachenski

Baixo indice de leitura dos brasileiros não condiz com o crescimento de vendas de livros no país.

O baixo índice de leitura do brasileiro novamente foi evidenciado em mais uma pesquisa. Desta vez, um levantamento feito pelo Ministério da Educação (MEC) apontou que a população brasileira caiu nos últimos quatro anos. De acordo com os dados da pesquisa Retrato da Leitura no Brasil, divulgada pelo Instituto Pró-Livro e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE) Inteligência, o número de leitores no País caiu de 55%  em 2007 para 50% em 2011. Os dados levam em consideração as pessoas que leram pelo menos um livro nos três meses que antecederam a pesquisa.

A redução da leitura também foi registrada entre as crianças e adolescentes que, teoricamente, teriam que ler mais por causa da escola. Em 2011, as crianças entre cinco a dez anos leram cerca de 5,4 livros contra 6,9 registrado em 2007. Já os pré-adolescentes, com idade entre 11 a 13 anos, liam 8,5 livros cairam para 6,9.

Apesar de cerca de quase 70% dos entrevistados afirmarem que conhecem uma biblioteca pública na cidade onde moram, 33% afirmaram que não tem estimulo para utilizar o espaço. Porém, a existência de livros novos nos locais foi o segundo melhor fator colocado e teve 20% das respostas no quisito que diz respeito ao que é atrativo na bibliotecas.

O que chama atenção é que os resultados da pesquisa contradizem o crescimento registrado nas vendas de livros no país. Um estudo divulgado no ano passado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE/USP) mostrou que cresceu o número de obras adquiridas pelos brasileiros. O número de exemplares vendidos aumentou cerca de 13% em 2010, ano de realização da pesquisa. Consequentemente, houve elevação no faturamento das editoras no país.

Tantos números, dados e estatísticas que só alimentam a discussão em torno da qualidade do sistema educacional do país. A elevação das vendas, em comparação a queda do número de leitores no Brasil pode significar compras compulsivas de livros. O brasileiro pode estar mais preocupado em seguir uma tendência, em tentar ler o que está na moda, do que propriamente usar as obras como mais uma importante fonte de conhecimento.

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