Mídias Sociais: aliada ou inimiga?

17-03-2011 08:55

Por Samantha Magalhães

Paralelos sobre o uso das mídias sociais no jornalismo

 

A internet e as Mídias Sociais se tornaram uma faca de dois gumes para o jornalismo. Existem aqueles que acreditam que essas ferramentas nasceram para tornar o jornalismo mais democrático e acessível, enquanto outros as enxergam com medo e desconfiança. “Se por um lado ela potencializa a multiplicação e penetração de canais alternativos e possibilita a conversação ente eles, por outro cria inéditas formas de poder, controle e centralização (Googlelização)” (BARBOSA, 2007). Tim BernersLee, um dos criadores da internet é um grande crítico das redes sociais e provedores de rede. Segundo ele, a web isola os usuários através destas ferramentas, além de comprometer a sua própria liberdade.

 

As mídias sociais estão em todos os lugares e evoluindo numa velocidade assustadora. A população não precisa fazer cursos de jornalismo, fotografia ou vídeos para ganhar credibilidade e assim, ter o direito de colocar sua produção na mídia. Hoje o próprio meio jornalístico abre espaço para essas pessoas. Os cidadãos podem sugerir a pauta de um jornal, mandar vídeos e fotografias para serem exibidos, e até mesmo ter o seu próprio jornal, através de blogs, ou até mesmo sites. Conforme Barbosa (2007), a grande mídia, ao mesmo tempo em que busca preservar seus espaços de funcionamento e hegemonia, vê-se forçada a estabelecer simbioses com os novos circuitos de informação.

 

Os jornalistas não podem deixar de ler/ouvir as informações geradas pelo cidadão, pois é este que, às vezes, dá a notícia em primeira mão de um terremoto, assassinato ou atentado terrorista. No momento em que o Japão foi varrido por um tsunami, a energia elétrica ficou escassa, muitos familiares se comunicavam pelo twitter, assim como vários jornalistas também obtiveram as informações necessárias através desta ferramenta. Outro exemplo do uso do twitter aconteceu com o jornalista Rosental Calmon que estava em Jacarta quando ocorreu um terremoto. Antes de ligar para a família ele postou o acontecido no twitter, e em questão de minutos a CNN do Chile estava transmitindo as informações que ele passava. Se antes o blog reinava, agora é a vez do twitter.

 

Enquanto alguns jornalistas se apropriam do blog, twitter, facebook, etc. para fazerem suas matérias, alguns vêem nas Mídias Sociais um risco para a profissão. Com cidadãos comuns escrevendo, relatando e opinando sobre acontecimentos, porque pagar um jornalista para gerar informação? 

 

Alguns jornalistas temem perder o emprego e a depreciação da profissão. “Fazer notícias exige preparação intelectual, deontológica e prática, e presumir possuir tais virtudes não é o mesmo que ser capaz de efetivamente as exercer. Além disso, fazer notícias implica processos de verificação semântica, isto é, presenciar acontecimentos, o que é sempre dispendioso em termos de logística, e requer, as mais das vezes, uma organização burocrática de retaguarda algo rígida” (Gradim). Ou seja, fazer jornalismo não é algo tão simples, como se referia Nelson Traquina “jornalismo é a vida, tal como contada nas notícias de nascimentos e óbitos”, portanto vejo as Mídias Sociais muito mais como aliada dos jornalistas do que como inimiga.  

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Data: 23-03-2011

De: Tomaz M. Amâncio

Assunto: Profissionalismo e a Rede

Olá Samantha, belo texto!

Só penso que as redes sociais, além de "atrapalhar" o trabalho de gente, também pode contribuir, como por exemplo, auxiliar na elaboração de boas reportagens e informações mais minuciosas. E isso a partir de comentários e redes de discussão. O que você pensa disso?

Data: 23-03-2011

De: Lorena

Assunto: Mídias Sociais

Bom texto, boas leituras e edição, Samantha.

Minha pergunta pra você: como a grande imprensa tem se relacionado com uma mídia social de relacionamentos como o Facebook? E como o público utiliza esta rede para se relacionar com as empresas de comunicação?

Data: 29-03-2011

De: Samantha

Assunto: Re:Mídias Sociais

Acredito que a imprensa brasileira ainda está tímida para se relacionar com as mídias sociais de relacionamento, como o Facebook. Vejo a mídia utilizando este tipo de ferramenta para apurar mais dados sobre uma determinada pessoa. Por exemplo, quando os dois jovens morreram na pousada em Brumadinho, alguns jornalistas usaram o facebook como fonte de informação e ali também retiraram algumas fotos. Em contrapartida, o público se utiliza mais desse tipo de ferramenta para criticar ou elogiar empresas. No orkut é possível ver vários tipos de comunidade detonando alguma marca, ou então dando idéias de melhoras de um determinado produto.

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