
Mídias Sociais: aliada ou inimiga?
Por Samantha Magalhães
Paralelos sobre o uso das mídias sociais no jornalismo
A internet e as Mídias Sociais se tornaram uma faca de dois gumes para o jornalismo. Existem aqueles que acreditam que essas ferramentas nasceram para tornar o jornalismo mais democrático e acessível, enquanto outros as enxergam com medo e desconfiança. “Se por um lado ela potencializa a multiplicação e penetração de canais alternativos e possibilita a conversação ente eles, por outro cria inéditas formas de poder, controle e centralização (Googlelização)” (BARBOSA, 2007). Tim BernersLee, um dos criadores da internet é um grande crítico das redes sociais e provedores de rede. Segundo ele, a web isola os usuários através destas ferramentas, além de comprometer a sua própria liberdade.
As mídias sociais estão em todos os lugares e evoluindo numa velocidade assustadora. A população não precisa fazer cursos de jornalismo, fotografia ou vídeos para ganhar credibilidade e assim, ter o direito de colocar sua produção na mídia. Hoje o próprio meio jornalístico abre espaço para essas pessoas. Os cidadãos podem sugerir a pauta de um jornal, mandar vídeos e fotografias para serem exibidos, e até mesmo ter o seu próprio jornal, através de blogs, ou até mesmo sites. Conforme Barbosa (2007), a grande mídia, ao mesmo tempo em que busca preservar seus espaços de funcionamento e hegemonia, vê-se forçada a estabelecer simbioses com os novos circuitos de informação.
Os jornalistas não podem deixar de ler/ouvir as informações geradas pelo cidadão, pois é este que, às vezes, dá a notícia em primeira mão de um terremoto, assassinato ou atentado terrorista. No momento em que o Japão foi varrido por um tsunami, a energia elétrica ficou escassa, muitos familiares se comunicavam pelo twitter, assim como vários jornalistas também obtiveram as informações necessárias através desta ferramenta. Outro exemplo do uso do twitter aconteceu com o jornalista Rosental Calmon que estava em Jacarta quando ocorreu um terremoto. Antes de ligar para a família ele postou o acontecido no twitter, e em questão de minutos a CNN do Chile estava transmitindo as informações que ele passava. Se antes o blog reinava, agora é a vez do twitter.
Enquanto alguns jornalistas se apropriam do blog, twitter, facebook, etc. para fazerem suas matérias, alguns vêem nas Mídias Sociais um risco para a profissão. Com cidadãos comuns escrevendo, relatando e opinando sobre acontecimentos, porque pagar um jornalista para gerar informação?
Alguns jornalistas temem perder o emprego e a depreciação da profissão. “Fazer notícias exige preparação intelectual, deontológica e prática, e presumir possuir tais virtudes não é o mesmo que ser capaz de efetivamente as exercer. Além disso, fazer notícias implica processos de verificação semântica, isto é, presenciar acontecimentos, o que é sempre dispendioso em termos de logística, e requer, as mais das vezes, uma organização burocrática de retaguarda algo rígida” (Gradim). Ou seja, fazer jornalismo não é algo tão simples, como se referia Nelson Traquina “jornalismo é a vida, tal como contada nas notícias de nascimentos e óbitos”, portanto vejo as Mídias Sociais muito mais como aliada dos jornalistas do que como inimiga.