Me dá um trocado?

Apesar das dificuldades, Ana Paula mantém a cabeça erguida e não se deixa corromper diante do mundo do crime

Por: Ana Flávia Tornelli, Camila Falabela, João Paulo Vale e Júnior Moreira

Todos os dias nos deparamos com pessoas pedindo dinheiro nos sinais, oferecendo serviços diversos, como limpeza de pára brisas, vendendo doces, água e, principalmente, tomando conta de carros. Há muito tempo essa situação deixou de ser novidade, se tornando comum em diferentes lugares do mundo.

Essas pessoas fazem esses pequenos trabalhos em troca de algumas moedas, que muitas vezes são a única fonte de renda de uma família inteira.

A cada sinal, a cada estacionamento ou em cada viaduto, rostos até muito novos, mas marcados pelo tempo e pelo cansaço de uma vida dura. Semblantes que não revelam a idade e que, geralmente, passam completamente despercebidos.

A maioria destas pessoas fica pouco tempo tentando levar uma vida digna e logo optam pelo caminho mais fácil. Sem encontrar o rumo certo, acabam se enveredando pelo caminho do roubo, do tráfico ou da prostituição.

Mas mesmo com todas as dificuldades e com as várias possibilidades de vida fácil, ainda há casos onde a honestidade e a confiança em dias melhores sobressaem. Pessoas como Ana Paula, que apesar de uma vida dura, repleta de dificuldades, ainda buscam o caminho do bem...

Com 25 anos e dois filhos, Ana Paula sustenta as crianças com as moedas que recebe em troca dos carros que olha, na região do Centro Universitário Uni-Bh, no bairro Lagoinha. Para ela, dias melhores virão. Seu sonho? Uma casa própria e o tratamento do filho mais velho. Uma certeza? De que um dia sua vida vai melhorar.