Mais de 900 mil pessoas são beneficiados pelo Prouni
Região Sudeste concentra mais da metade das vagas
Por Ana Beatriz von Sucro, Ana Flávia Tornelli e Thayane Ribeiro
Desde a implementação do programa “Universidade para todos” (Prouni), em 2004, quase um milhão de pessoas consideradas de baixa renda tiveram a chance de entrar na faculdade e cursar o ensino superior no Brasil. São Paulo lidera o ranking de estados com maior número de bolsas integrais e parciais concedidas pelo programa, com mais de 270 mil alunos beneficiados, seguido de Minas Gerais, com mais de 113 mil bolsistas. Juntos, os estados com maior PIB e mais instituições de ensino do país contribuem para que a região Sudeste concentre mais da metade das bolsas oferecidas pelo programa.
Para a arquiteta Paula Cruz, o Prouni foi fundamental para a conclusão do curso. “O programa possibilitou que eu realizasse o meu sonho. Sempre quis fazer arquitetura, mas não tinha condições. Graças ao Prouni, milhares de pessoas estão tendo acesso a faculdade”, afirma.
Apesar do alto número de beneficiados, um levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) aponta que os brasileiros consideram a cobertura do programa insuficiente, levando em conta a quantidade de pessoas que necessitam de ajuda financeira para cursar o ensino superior. Além disso, 40% do total de respondentes que conhecem o programa afirmaram que os critérios utilizados para seleção de candidatos poderiam ser melhores.
Em contrapartida, um levantamento feito pelo Mec revela que mais de 11% dos alunos já beneficiados pelo programa ignoraram o subsídio e largaram os estudos. Desde 2004, mais de 229 mil alunos perderam a bolsa por motivos diversos. O número supera até mesmo a quantidade de graduados que, em 2010, havia chegado a 175.215.
Segundo o diretor-executivo do sindicato que representa as instituições particulares de ensino em São Paulo, Rodrigo Capelato, a categoria de bolsas parciais apresenta o maior número de desistências. “Nessas faculdades, na categoria integral, a evasão é baixa. O mesmo não ocorre na parcial, o que prova que esse tipo de subsídio não resolve a situação de alunos com renda muito baixa, como é o caso de quem se qualifica para o ProUni”.
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