Liberdade de inclusão

23-03-2011 10:58

  Por Marina Vieira

 Cada um posta o que quiser

 

A reprodução se tornou livre com a disseminação das novas mídias e o fácil acesso á internet pelo mundo. Hoje todos podem ser jornalistas. Podem comentar, opinar, fotografar ou filmar qualquer fato e transformá-lo em informação. Divulgar o que quiser em uma rede que conecta o mundo.  Aliás, o marketing pessoal tomou outro rumo na nova era digital.

 

Com o Twitter, blogs e sites os artistas podem divulgar seu trabalho de forma direta e como bem entenderem. Sem esquecer que o pique para o marketing pessoal é atribuído em maior proporção as subcelebridades, aquelas que, obviamente, necessitam mais de divulgação direta. Acontece que tal liberdade despreparada acaba por propagar conteúdos hilários de tão ruins. Daí vem sites como o “pérolas do Orkut”, “kibe loco” e “te dou um dado” que vivem basicamente de tirar sarro de twits e fotos de famosos (ou não) dignos de muita risada.

 

Todos os twitts de ex-big brothers, ex fazenda, mulheres fruta e afins são monitorados a espera de qualquer deslize. Ta, nem é tanta espera assim. Afinal os sites que vivem de tirar sarro com a cara dos “artistas” são atualizados várias vezes ao dia. Recheados de “notícias” que se encaixam em irônicos quadros como:  “Você não podia dormir sem saber que a mulher morango almoça com amigos no Rio”; “ Geisy Arruda pode estar grávida” ou ainda pior “ex- namorada de ex-bbb está gravida do ex”. A gente lê, ri, acha ridículo... Mas segue e realmente acompanha aquele ser no Twitter, e as idéias da pessoa se propagam ainda mais e a gente lê ainda mais bobagem para achar graça.

 

Se por um lado os quase famosos se tornam dignos de pena enquanto cometem erros de português ou expressam seu desespero por atenção, os anônimos, sim, viram astros. Já aconteceu por ser bom, cantores e bandas desconhecidas, ganharam espaço na TV e nas rádios depois de postarem vídeos no youtube. O ator Felipe Neto ficou famoso após criar um programa no estilo stand up em um canal do youtube somente para argumentar sobre as coisas que para ele não fazem sentido. O comediante tem atualmente mais de oito milhões de visualizações em seus vídeos. Muitos para criticar-lo, já que muitas coisas que não fazem sentido para o ator são ídolos teens e vocês sabem como são as fãs... Mas a grande maioria pra morrer de rir. Rir dos argumentos, do deboche e da comédia. E elogiar o talento do ator. O sucesso foi tanto que Felipe foi até dar entrevista no programa do Jô.

 

 Mas já aconteceu, inúmeras vezes, por ser ruim.  Como no caso da Cantora Stefhany Absoluta que atingiu a marcar de 2 milhões de views no canal da web e foi a muitos programas de domingo á tarde, apenas por ser tão tosca quanto ninguém ainda tinha conseguido ser em um clipe amador antes. A música é ruim, a qualidade do clipe é péssima, mas a confiança de que esta arrasado no vídeo é legítima. Os acessos no youtube são por pura maldade, pra rir da coitada. Mas se ele vai pra TV você também assiste para rir ao vivo, ou se a música tocar no rádio você ouve pra zuar da música. Mas e aí? Não estaríamos cultuando o ridículo?

 

O fato é que todo mundo é reprodutor e receptor de informação via web. Todos nós já recebemos e mandamos notícias, relevantes ou não, nas redes sociais, blogs, youtube ou Twitter. Mas será que estamos preparados para separar o que é bom por ser realmente bom, ou o que é bom de tão ruim que é?

 

 

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