
Jornalismo x Mídias Sociais: Amor ou Ódio?
Por Maria Luiza Mattar
Com as novas ferramentas da mídia social, muito se discute sobre o futuro do jornalismo.
Desde quando a internet surgiu, em plena Guerra Fria, o nosso modo de pensar vem se alterando de maneira surpreendente. O tempo foi passando, e hoje, a velocidade de tudo o que nos cerca é cada vez maior. Isto por causa do avanço da tecnologia, capaz de gerar novos conhecimentos, postos à disposição de quem precisa.
A mídia social é uma ferramenta muito utilizada na atualidade, com o intuito de produzir o que quiser. Com ela, comunica-se com pessoas do mundo inteiro, a qualquer horário e sobre assuntos de diversos patamares. É por causa dessa mídia que hoje muitas pessoas discutem o futuro do jornalismo, uma vez que a ela não é uma moda, e sim uma etapa do progresso da comunicação.
De uns tempos para cá, a notícia se transformou. Ela deixou de ser unilateral, para ser horizontal. Isso quer dizer que o jornalista já não é mais o único que tem o poder de informar, pois isto agora é feito também pelo público. Exemplo disso está, constantemente, nos movimentos populares, como é o caso dos protestos que culminaram na queda do ditador Hosni Mubarak no Egito. Parte das atividades foram organizadas com a ajuda da mídia social. Vale destacar que há muito anos existe um grupo de blogueiros, dentro e fora do país, que comunicam o desejo de mudanças, usando não só o blog, como o twitter e o facebook. Além disso, outras mudanças estão surgindo: jornal, televisão e rádio estão cada vez mais unidos. Estamos falando de convergência de mídia. E não se pode esquecer que toda essa tecnologia está apenas no computador. Ela está presente também num celular que cabe na palma da mão.
Só para se ter uma idéia, entre os anos 2006 e 2008, a circulação dos grandes jornais nos EUA caíram 8,2%. O que se pode constatar com este dado é que o crescimento do número de publicações online, acompanhado da popularização da internet deixa os jornais em alerta. As pessoas já não estão achando necessário comprar jornal para se informar sobre o que acontece no mundo. A leitura das notícias pode ser feita na página virtual do jornal ou até mesmo nas mídias sociais, com internautas que informam os fatos de maneira semelhante aos jornalistas.
Diante de tantas mudanças, fez-se necessário que as técnicas e o papel do jornalista não ficassem para trás. Hoje, este profissional é mais cobrado pelo público, o que torna a sua profissão comprometida. Mas, mesmo com várias transformações ao longo do tempo, não podemos afirmar que o jornalismo vai acabar. O motivo é que, apesar de termos indivíduos que divulgam fatos e notícias sobre o que está acontecendo no mundo, não temos profissionais que apurem as informações, empacote-as de maneira atrativa e distribua.
Os jornalistas podem olhar para essas novas ferramentas da mídia social como algo capaz de auxiliá-los no trabalho. Para o diretor de redes sociais da BBC News Matthew Eltringham, os principais usos do Twitter facilitam a procura do jornalista pelo melhor material de cobertura, além de ele poder usar informações como fonte para matéria ou até mesmo para complementar o texto.
Sendo assim, a tecnologia está a favor deste profissional. Isto sem falar que as redes sociais são capazes de levar um jornalismo mais integrado com a comunidade e mais honesto, pelo fato de que agora os profissionais precisam mostrar transparência e prestação de conta. E quem ganha com isso são todos: o profissional, que vai executar um trabalho de melhor qualidade, e os leitores, que vão querer se informar cada vez mais sobre o que acontece ao seu redor.