Infortúnio

16-11-2010 20:17

Por Daiara Baldoni*

(8º Período - jornalismo UNI-BH)

dai_baldoni@hotmail.com

 

Menos de um ano após o terremoto catastrófico que devastou o Haiti, o país passa por outra provação. Uma epidemia de cólera, doença aparentemente controlada em países com certo grau de desenvolvimento, assola os habitantes da subdesenvolvida ilha do Caribe e já deixou mais de mil mortos. Um número expressivo, levando em consideração que a população de sua capital, Porto Príncipe, tinha, antes do tremor de 12 de janeiro, cerca de um milhão de habitantes. Esse déficit de cerca de mil pessoas seria o equivalente a uma cidade de médio porte do país.

                                      

Com pouca gente para produzir, infra-estrutura quase zero e níveis de alfabetização irrisórios, o Haiti se configura como o mais pobre e mais desafortunado das Américas. Desafortunado, por que além de um Governo pouco estabelecido e fraco, uma democracia quase que uterina (a qual já viveu vários processos de “aborto”), a ilha ainda tem que conviver com inúmeros desastres naturais e, agora mais essa, a contaminação de sua população por uma doença, suspeita-se trazida por exércitos que, teoricamente, vinham “curar”, “salvar” e “ajudar” os haitianos.

 

Então se deu o dia fatídico, a segunda-feira “negra”. O dia em que a população se virou contra o seu maior defensor, o MINUSTAH (Missão das Nações Unidas para a estabilização do Haiti). O ato de violência é odioso, mas há de se convir que os haitianos estão vivendo, há muito tempo, no estado do “vence o mais forte” e, por isso, afastam qualquer causa que tragam, minimamente, perigo à si próprios. Sem um Governo para “olhar” por eles, aos haitianos resta se defender como podem; é o “salve-se quem puder”.

 

É hora do G20, grupo dos 20 países mais desenvolvidos e em desenvolvimento do mundo, pensar ações para o Haiti e as muitas outras Nações em igual situação. Países cujos habitantes estão à mercê da sorte. Pensar ações não significa jogar dinheiro nas mãos de seus governantes, muitos deles corruptos ou antidemocráticos. As soluções seriam investir em novas formas de Governo para esses países e incentivar representantes que sejam comprometidos com o desenvolvimento dessas Nações, a democracia e os direitos humanos.

 

Governantes assim e apoiados pela sociedade internacional serão capazes de dar o primeiro passo para a reconstrução de seus países: estabelecer um Governo forte, capaz de suportar qualquer terremoto ou epidemia.

 

* Daiara Baldoni é estudante do 8º período de jornalismo do UNI-BH.

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