Eterno Amor

29-06-2012 20:39

Quando o amor ultrapassa milhares de anos.

 

Jardel Veloso

jardelfelipe@yahoo.com.br

Você já pensou se um dia o amor (sentimento) pudesse ser implantado numa máquina, ou melhor, se o homem fosse capaz de criar robôs dotados dos mesmos sentimentos que nós seres humanos temos: amor, raiva, desejo, ambição... ? O cineastra Stanley Kubrick(falecido em 1999), com certeza teve essa ideia ao idealizar o clássico A.I Inteligência Artificial, dirigido por Steven Spiellberg, em 2001.

 

O longa nos instiga a imaginar como será a humanidade nos próximos séculos, após o planeta ter sofrido alguns desatres naturais, como, o efeito estufa e conseguentemente o grande volume de água na terra. Tudo isso, em meio ao grande avanço da tecnologia. A.I Inteligência Artificial é uma ficção cinetífica capaz de nos sensibilizar devido ao seu contexto: o amor exagerado de um garato robô por sua mãe ‘humana’. A história do filme se passa no século XXII, quando os humanos convivem diretamente com robôs inteligentes. Uma espécie de computador independente com semelhanças idênticas ao homem, inclusive, os sentimentos.

 

Diante do avanço da tecnologia, cientistas que fazem parte de uma empresa chamada Cybertronics desenvolvem um robô em forma de criança, com um sistema de inteligência artificial. Quando esse sistema é ativado, a criança robô passa a adquirir sentimentos e começa a amar seus pais (humanos). Entretanto, uma vez que essa máquina é ativada, ela está condicionada a amar eternamente.

 

O desenrolar da trama é surpreendente! O casal Harry e Mônica já não têm mais esperança em ver a cura de seu filho único (Martim), uma criança que há anos vive em estado vegetativo num hospital da cidade. Harry é funcionário da empresa Cybertronics. Ele decide comprar o primeiro andróide criança e presentear Mônica. O garoto robô recebeu o nome de David. Incerta de que essa seria a melhor opção para preencher a falta do filho biológico, David é rejeitado. Mas, num momento de carência e fragilidade Mônica ativa o sitema de inteligência artificial do robô. A partir daí, o amor entre os dois aumenta a cada dia que passa. E David traz de volta a alegria de viver do casal.

 

Tamanha felicidade aumentou ainda mais, quando os médicos avisaram que Martin, o filho biológico, estava recuperando e que poderia ser levado para casa. A partir daí, se estabelece um conflito entre David e Martin pelo amor de Mônica. Martim passa a incentivar David a fazer coisas erradas como, cortar o cabelo de Mônica enquanto ela dorme, dizendo que ela iria o amar ainda mais. Em uma das cenas David quase afoga Martim, acidentalmente, na piscina da casa. Tais mudanças de comportamento fizeram com que Harry tomasse a seguinte decisão: devolver David para a Cybertronics destruí-lo.

 

Preocupada, Mônica decide abandonar David em uma floresta, na companhia de Teddy, um ursinho mecânico que também é dotado de alguma inteligência artificial. Essa é a cena mais delicada do filme, pois David implora para que sua mãe não o deixe ali sozinho. Mônica explica que essa é a melhor opção para que ele não seja destruído. É quando David faz o seguinte questionamento: se eu me tornar um menino de verdade você vai me amar? Eu vou poder voltar para casa? Comovida, Mônica diz que isso jamais seria possível e vai embora.

 

Na floresta, David se torna amigo de um robô adulto e que é garoto de programa. Juntos eles começam uma procura pela Fada Azul (aquela que transformou Pinóquio em garoto de verdade), para realizar o maior sonho de David: torna-se um garoto de verdade. Mônica sempre contava a história de Pinóquio para David dormir. Sem entender o motivo de ter sido abandonado ele acredita que somente a Fada Azul pode lhe ajudar voltar para casa.

 

E nessa busca incessante pela Fada Azul, David acaba descobrindo toda a verdade de sua criação: um robô experimental da Cybertronics dotado de inteligência artificial e programado para amar somente seus pais. David fica decepcionado em saber toda a verdade, mas, mesmo assim, não perde a esperança de se tornar um garoto de verdade. Acidentalmente ele cai no oceano e vai se aprofundando cada vez mais.

 

E como no conto de fadas, finalmente David encontra a Fada Azul no fundo do oceano. Diante da imagem iluminada ele diz inúmeras vezes que deseja ser um garoto de verdade até adormecer e ficar ali, estático, durante dois mil anos.

 

Nessa altura, percebe-se que a humanidade está extinta e que a terra é habitada somente por maquinas inteligente super modernas. Uma espécie de robôs alienígenas descobrem David no fundo do oceano. Após a restauração da parte técnica do garoto-robô, eles descobrem que mesmo com o passar de todos aqueles anos, David ainda amava Mônica de maneira inexplicável.

 

Sensibilizados com a situação, esses robôs evoluídos tentam ajudar David. O fato de Mônica ter morrido há milhares de anos atrás era irreversível, mas algo poderia ser feito. Utilizando-se de uma tecnologia de dar medo, eles remetem David ao passado. É quando o pequeno robô tem a oportunidade de passar um dia, apenas um único dia ao lado de Mônica.

 

E assim, David aproveita aquele momento para amar ainda mais a Mônica. Antes dela dormir ele se despede dizendo “eu te amo mamãe”. A.I Inteligência Artificial nos passa a seguinte mensagem: o amor é o sentimento mais poderoso do mundo e nada é capaz de destruí-lo.

 

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CURIOSIDADES:

 

 - Satanley Kubrick manteve o desejo de rodar A.I. por 20 anos, tendo inclusive testado sem sucesso alguns robôs-atores que fariam o personagem principal do filme.

- Kubrick convidou Steven Spielberg para dirigir o longa após o lançamento de Jurassic Park.

- O roteiro criado por Spielberg foi baseado em um conto de  Brian Aldiss chamado Supertoys Last All Summer Long.

- Em 2002, foi Indicado aos Oscars de Efeitos Visuais e Trilha Sonora.

- Em 2002, foi indicado ao Bafta Film Award de Efeitos Visuais.

- Em 2002, foi indicado aos Globos de Ouro de Direção, Trilha Sonora e Ator Coadjuvante (Jude Law).

 

FICHA TECNICA:

Diretor: Steven Spielberg

Elenco: Haley Joel Osment, Jude Law, Frances O'Connor, Brendan Gleeson, Jake Thomas, William Hurt, Sam Robards.

Produção: Bonnie Curtis, Kathleen Kennedy, Steven Spielberg

Roteiro: Steven Spielberg, Ian Watson

Fotografia: Janusz Kaminski

Trilha Sonora: John Williams

Duração: 145 min.

Ano: 2001

País: EUA

Gênero: Ficção Científica

Estúdio: Warner Bros. Pictures / DreamWorks SKG / Amblin Entertainment / Stanley Kubrick Productions

Classificação: Livre

 

SAIBA MAIS:

https://www.mnemocine.art.br/index.php?option=com_content&view=article&id=198:o-paradoxo-da-qvidaq-no-filme-ai-inteligencia-artificial&catid=40:critica&Itemid=67

 

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https://filmes.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=99  

https://www.cineplayers.com/critica.php?id=76

https://nomundodemia.blogspot.com.br/2010/11/resenha-do-filme-ai-inteligencia.html

 

    

 

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