Era digital e o trabalho jornalístico

21-03-2011 20:05

Por Thaís Paiva

A informação pela internet torna o fato mais próximo e instantâneo

 

Os jornalistas são responsáveis por emitir informações aos receptores, porém, com o desenvolvimento da tecnologia, tornou-se possível maior participação das pessoas na construção da notícia. Os papéis se inverteram, os chamados receptores passaram a ser também emissores.

 

Dispositivos digitais como telefone, câmeras, gravadores e computadores são recursos que permitem compor a rede de comunicação.

Através das redes sociais, como orkut, twitter, facebook, entre outros, são publicadas informações, de forma que o jornalista é informado pelo receptor e, assim passa a apurar melhor o acontecimento.

 

Com a câmera de um celular, o indivíduo pode filmar um acidente, por exemplo, e o telejornal utilizar as imagens sem ter o trabalho de ir até o local, basta informar que foram utilizadas imagens de um cinegrafista amador. Em contrapartida, essa facilidade pode formar um público mais exigente com o trabalho jornalístico, já que o acesso a informação ficou barato.

 

De acordo com o livro “O jornalismo e a mídia social” de Evandro de Assis, a mídia social “aproxima pessoas, acelera a disseminação de conteúdo e integra tecnologias”. Mídia social é o uso da digitalização que promove a interação por meio da convergência de mídia. O jornalista desse meio deve apurar fatos de interesse público com precisão e publicar de forma atrativa.

 

Jornais impressos, após o desenvolvimento do jornalismo online, apostam no diferencial de completar a versão digital com o conteúdo da reportagem impressa. Além disso, estão investindo no impresso com páginas coloridas, novo design, fotos maiores, etc. Isso tem acontecido porque os impressos se sentem ameaçados com a internet, principalmente porque os jovens não se interessam por leituras extensas e os adultos também têm sido atraídos pelo mundo digital.

 

A objetividade e a rapidez da notícia são duas características essenciais na internet. A necessidade de falar sobre o caso primeiro que outros sites noticiosos ou até mesmo um cidadão comum, muitas vezes compromete o compromisso com a verdade do episódio. Já a objetividade está presente no texto online devido a utilização de outros meios digitais (vídeos, áudios) e a falta de tempo dos leitores.

 

Um caso recente que tem as mídias sociais como ferramenta importante é o tsunami no Japão. Por causa da distância, jornalistas brasileiros fizeram buscas por informações na internet, principalmente nas redes sociais, para divulgar a desesperada procura de sobreviventes por notícias de familiares e o depoimento da situação para parentes de outros países que não conseguem se comunicar. Os correspondentes de cada veículo também utilizaram da internet para atualizar as informações para os editores no Brasil e definir o que seria transmitido.

 

Algumas empresas, preocupadas em perder o interesse do público por suas publicações, participam de redes sociais, e usam da interatividade para receber críticas, sugestões e denúncias dos internautas. Um exemplo são os jornais televisivos, que postam as notícias do dia no site da emissora, permitindo o acesso para quem não assistiu; assim como empresas que criam twitter, para informar de forma sucinta o fato e, posteriormente, publicar uma matéria completa.

 

Com tantos benefícios, é impossível imaginar o mundo sem a interatividade possibilitada pela internet. A propagação de notícias não tem limites de fronteiras, são enviadas às pessoas em tempo real e atualizadas a todo instante. O cotidiano atarefado das pessoas não pode esperar pelo jornal para ler grandes matérias e talvez informações velhas, se comparadas ao web jornalismo.

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Data: 25-03-2011

De: Marina Messias

Assunto: Midias sociais e Jornalismo

O texto foi bem escrito e fundamentado. O artigo apresenta a tendência que todos temos vivenciado: o público não recebe, passivamente, o conteúdo produzido por jornalistas. Atualmente, o público não só recebe, como também publica, critica, exige conteúdo melhor, produz.

Concordo com sua afirmação no que se refere às novas necessidades do público (textos novos e curtos, porém com bom conteúdo, além de interação e novidades). Entretanto, acredito que a fase em que os jornais se sentiam ameaçados pela Internet passou. Passou e rendeu bons frutos aos jornais, que com o fenômeno da rede de computadores, viu uma oportunidade para aperfeiçoar seu modo de fazer jornalismo.

Minha questão: A utilização sem limites das redes sociais (por qualquer pessoa ou empresas) criou necessidades diversas do público, entre elas a busca por novidades, interatividade e agilidade. Diante disso, como você analisa a situação do jornalismo, principalmente jornais e revistas, que tendem a apresentar conteúdos já noticiados e por isso, considerados "velhos"? Qual tipo de solução você apontaria?

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