Entrevista pelo twitter?

23-09-2011 19:58

Como explicar, apesar das limitações dos caracteres, o uso dessa plataforma em conteúdos mais extensos?

 

Por Leo Ribeiro

 

De acordo com o criador do twitter, Jack Dorsey, em entrevista dada ao jornal El País, da Espanha, sua invenção é um “serviço que conecta uma pessoa às outras, que responde a perguntas do que está fazendo naquele momento através do seu celular, web, mensageiro instantâneo e através do correio eletrônico. Permite estar em contato com outras pessoas em tempo real”. Apesar de falar explicitamente em perguntas e respostas, é difícil pensar que Dorsey tenha imaginado sua criação se transformando em “palco” para entrevistas longas, já que sua ideia nasceu com uma limitação de caracteres, os famosos 140.

 

Mas a despeito do que pensava ou não o inventor do twitter, o fato é que os avanços tecnológicos são, de certa forma, incontroláveis e, por isso mesmo, não estão limitados à mente de uma pessoa, especialmente se uma determinada tecnologia é adotada por muitos. Mesmo que o famoso microblog não tenha sido desenvolvido para entrevistas, elas chegaram a ele com força, criatividade e vários questionamentos.

 

A primeira vez

 

A primeira entrevista feita pelo twitter for realizada pelo jornalista  George Stephanopoulos , da rede norte-americana ABC, com o senador e ex-candidato à presidência dos Estados Unidos, John McCain. De acordo com o jornalista Rafael Sabarai, consultor da Veja para mídia digital, a entrevista foi “sem sal, com pouco conteúdo relevante e muito barulho”. Para ele, a iniciativa se transformou em um objeto de promoção pessoal e não de jornalismo propriamente dito, parte por causa das características inerentes ao meio. “A superficialidade e o suporte utilizado são outros dois pontos críticos do acontecimento. O pequeno formato de mensagens não permite uma conversa de grandes conteúdos, de argumentação. Não houve entrevista. Houve presença”, completou.

 

Apesar das desconfianças, as entrevistas pelo twitter se tornaram cada vez mais frequentes. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, aderiu à moda e no último mês de julho participou de uma sabatina on line. A entrevista foi mediada pelo criador do twitter, Jack Dorsey, e as perguntas selecionadas foram respondidas pelo presidente através de vídeo, numa transmissão feita pelo site da Casa Branca (www.whitehouse.gov). Obama é o presidente mais seguido no microblog, com quase 9 milhões de seguidores.

 

Além de Obama, outras personalidades, como Lady Gaga, Ronaldo Nazário e Sandy, por exemplo, já participaram de entrevistas pelo twitter. Até empresas, como a Pepsi, já passaram por essa experiência.

 

O segredo do sucesso

 

De acordo com estudiosos da comunicação, a entrevista pelo twitter é mais um exemplo de como essa plataforma pode garantir mais interatividade ao jornalismo. Para Patrícia Couto, estudante de Mestrado em Ciências da Comunicação na Universidade de Porto, “a simplicidade e a rapidez de interação e resposta que a plataforma permite é chave nesta abertura. A par disto os jornalistas perceberam, e acrescento aqui um finalmente, as vantagens de uma maior interação com os leitores”.

 

Segundo Couto, as possibilidades do twitter são inúmeras e é difícil tentar adivinhar os caminhos a serem percorridos. “As potencialidades do twitter são muitas, algumas ainda nem será possível prevê-las e muitas delas ainda não estão a ser exploradas. Uma lista talvez possa ajudar a perceber melhor: fonte de informação, meio de contacto, meio de divulgação, feedback, interação e cooperação”, acrescenta.

 

Saiba mais:

 

 - Entrevista com o criador do Twitter

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- Livro - Tudo o que você precisa saber sobre twitter

 

 - Pepsi foca atuação nas mídias sociais

 

 

Leia também:

 

- Entrevista de Obama pelo twitter

 

- Primeira entrevista no twitter

 

 

 

 

 

 

Tópico: Entrevista pelo twitter?

Data: 07-10-2011

De: Lorena

Assunto: Correção

Leo,

A matéria ficou ótima e a edição bem cuidada. Apenas um erro de digitação "casua", no 3º parágrafo.

Alguns parágrafos poderiam ser "quebrados", para a facilitar a leitura em blocos de texto online.

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