Desemprego sobe 6,93% em sete capitais brasileiras

07-05-2012 10:25

“Pleno emprego” chega ao ápice e as demissões começam com força em 2012.

 

Por Marcelo Camêlo e Paulo Henrique Nascimento

 

Apesar de a taxa de desemprego retrair em 2011, o primeiro trimestre de 2012 já concentra aumento de 6,93% no índice de desemprego. É o que considerou a análise conjuntural dos três primeiros meses de 2012 na Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

 

A análise, que considera sete capitais representativas das regiões político-socioeconômicas do país (Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo).  Analisando os principais setores de atividade no país (serviços, comércio, indústria e construção civil), o destaque é do setor de construção civil, com aumento de 5,2% na estimativa de pessoas ocupadas ao longo de todo o ano. A indústria, porém, cresceu apenas 1,1% na média das sete capitais, com 33 mil postos de trabalho gerados. Belo Horizonte foi a capital onde o setor menos cresceu (1,2%).

 

O retrospecto resultou em uma condição chamada pelos técnicos do Dieese como “pleno emprego”, no qual a média nacional do nível de empregados representa o ápice da capacidade de ocupação. Para 2012, o cenário pode continuar positivo mas, ainda que haja pequenos aumentos na taxa de desemprego, a situação positiva não deve perder o foco que manteve em 2011, conforme explica a técnica da PED pelo Dieese na região metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), Gabrielle Selani.

 

”É uma característica da sazonalidade. O último trimestre do ano afeta o mercado de trabalho. Assim, é normal que a economia desaqueça, e o mercado de trabalho acompanhe a tendência. Esse ligeiro crescimento da taxa de emprego deve retornar aos patamares decrescentes no segundo trimestre de 2012”, explica Gabrielle.

 

Serviço doméstico em baixa. A taxa de desemprego total retraiu-se em todas as regiões pesquisadas, em especial em Recife, Belo Horizonte e Porto Alegre. No caso das três capitais, destacou-se a redução da disponibilidade de mão de obra para o serviço doméstico. “É um bom dado, se pensarmos que as relações menos protegidas se encontram nas funções do lar, sendo flexibilizadas demais, além dos problemas de pagamento, e dos menores salários”, explica a coordenadora da pesquisa pelo Dieese na RMBH. “Podemos pensar o deslocamento profissional dessas para setores em expansão, como serviços, comércio e construção civil. Outra trajetória possível é a inatividade”, completa.

 

Abaixo, o mapa com os dados das capitais citadas:


Visualizar Aumento na taxa de desemprego em um mapa maior

 

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Fonte: Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

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