Deixa ela entrar

17-10-2011 21:21

Um filme sutil, que busca mais uma temática solitária do que propriamente assustar.

Ana Beatriz von Sucro - JRN7A

 

 

“Deixa Ela Entrar” (Suécia, 2008) se passa em uma cidade fria na Suécia, mais precisadamente em Estocolmo. Em uma tarde escura de inverno, Oskar estava no parque em frente ao seu prédio, quando conheceu Eli. Ela havia acabado de se mudar para o apartamento ao seu lado, com seu suposto pai.

 

Mesmo com a tolerância, em um primeiro momento, da parte de Eli para se tornarem amigos, eles acabam sendo atraídos pela solidão, onde surge uma bela amizade. Paralelamente a essa relação acontecem assassinatos, em que Eli está totalmente envolvida.

 

Os personagens apresentados durante a trama possuem uma característica em comum, a solidão. Cada qual em sua particularidade e destrinchada de formas diferentes. Como o homem com milhões de gatos que vê um ataque vampiresco de sua janela. Ou então, o suposto pai de Eli e sua solidão clara e explícita durante o longa.

 

O gênero terror ligado à vampiros e suas necessidades particulares, como o filme retrata, não torna o longa nada inovador. Muito pelo contrário, é bem comum em todos os outros longas do gênero. Essa figura do sugador de sangues já é bem clara em filmes como “Entrevista com o vampiro” (EUA, 1994), em que ao ser mordido por um vampiro, o personagem de Brad Pitt também se torna um, em que não pode sair na luz do dia e sobrevive de sangue humano.

 

Em questão ao tema vampiro, o diretor Tomas Alfredson seguiu as histórias e características dos sanguessugas a risca. No entanto, surgem algumas diferenças sobre o status dos vampiros e a personagem Eli. Os vampiros durante toda sua história e filmes sempre se mostram como seres nobres. Em 1897, o escritor irlandês Bram Stoker publicou o romance “Drácula” que reproduz a visão do vampiro que temos. No estilo nobre, vindo de um país distante que persegue vítimas para sugar seu sangue, e que guarda um ar de mistério e sedutor.

 

Eli já passa longe do status de nobreza e de uma imagem sedutora. Ela se mostra uma personagem, frágil por sua solidão, sem status, inocente, mas forte e determinada em suas ações. Este é o encanto do filme, e o que o torna original e inovador. O diretor ainda utiliza muitos ruídos durante o filme, como nos momentos em que a Eli ataca. O que remete a um escape da solidão, como se fosse um grito.

 

A trama se passa entre dois meninos solitários, cada qual com seus problemas, e que encontram entre si um conforto. Oskar encontra em Eli a força que achava que não tinha, principalmente no momento em que enfrenta um dos meninos do colégio que implicava com ele. Eli, então, encontra a amizade em um humano de uma forma que ela não imaginava.

 

PODCAST - DEIXA ELA ENTRAR by biasucro

 

CURIOSIDADES:

- O filme ganhou mais de 50 prêmios em diversos festivais;

- O longa já teve uma refilmagem americana, Deixe-me entrar (2010), não muito bem aceita pelo diretor do original;  

- O título original é uma referência à canção "Let the Right One Slip In", de Morrissey.
 

FICHA TÉCNICA:

 

Título original: Lat Den Rätte Komma In

Gênero:Suspense

Duração:1 hr 55 min

Ano de lançamento: 2008

Distribuidora: Filmes da Mostra

Direção: Tomas Alfredson

Roteiro: John Ajvide Lindqvist

Produção: Carl Molinder e John Nordling

Fotografia: Hoyte Van Hoytem

 

SAIBA MAIS:


 Site oficial do filme   

- Diretor

 

LEIA TAMBÉM:

 

- Veja crítica do filme no G1

- Veja crítica do filme da revista Veja 

Veja crítica do filme do Globo                                                           

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Questionário

Qual o personagem mais solitário na trama?

Eli (6)
46%

Oskar (4)
31%

Suposto pai (3)
23%

Total de votos: 13