
Curtir ou não curtir: eis a questão?
Por Carolina Fonseca
A internet e as mídias sociais devem ser encaradas como oportunidade de desenvolver habilidades e ampliar o debate público, e não como ameaça ao jornalismo tradicional
Atualmente é impossível falar em jornalismo sem mencionar a internet. Até os mais resistentes às mudanças precisam se abrir. Isso é fato! É possível afirmar que já não há mais opção: é curtir ou curtir. No entanto, o uso da internet e, principalmente, das mídias sociais traz vários questionamentos sobre a credibilidade da informação e a densidade do conhecimento adquirido.
Até recentemente no Brasil, o acesso à internet era restrito e, apesar de ainda precário, já é possível registrar melhorias no acesso e na estrutura de banda larga no país. Segundo a pesquisa do Ibope Nielsen On-line, o número de pessoas com acesso no Brasil subiu para 73,9 milhões em 2010, o que significa um crescimento de 9,6% em relação aos 67,5 milhões registrados no final de 2009.
Com o advento das mídias sociais, o público vem ganhando espaço para compartilhar conteúdo, perfis, opiniões, visões, experiências e perspectivas, o que tem amedrontado os jornalistas. Aquele jornalismo de mão única tem perdido espaço. É cada vez mais necessária a participação do receptor na produção da notícia. O crescimento das mídias sociais tem exercido papel fundamental para democratizar o acesso à informação: twitter, facebook, youtube são mais do que redes de relacionamento, são redes de informação.
Conhecer as novas ferramentas que a tecnologia dispõe é mais importante para o jornalista do que simplesmente criar perfis em todas as mídias sociais. É preciso entender suas funcionalidades e fazer uso consciente dessas ferramentas, pois o público está cada vez mais exigente. As mídias sociais têm tornado possível a qualquer pessoa manipular e distribuir informação do jeito que bem entender. O diferencial do jornalista é, além de publicar informações em tempo recorde com a maior precisão possível, estar aberto ao diálogo e a parceria com o público.
A internet é a principal rede eletrônica de computador da atualidade e proporciona aos usuários acesso a fontes inesgotáveis de informação. No entanto, este é um desafio até para os usuários que podem ficar sem referencial de credibilidade. Enquanto os jornalistas precisam aprender a produzir de maneira mais eficiente, otimizando o tempo, em função da instantaneidade, os usuários precisam se certificar das fontes escolhidas, afinal não é toda publicação on-line que é bem apurada e/ou verificada. O acesso a grande quantidade de informação não é sinônimo de muito conhecimento. Para resolver tal problema, a própria internet é a solução, afinal, como espaço de debate público é possível opinar e contribuir para melhoria na qualidade da informação. Dessa forma a rede deixa de ser apenas um espaço de busca, para ser um espaço de troca de conhecimento.
Diante de todo esse avanço informacional e da transformação causada pela convergência das mídias, os jornalistas precisam perceber e aceitar que a tecnologia favorece a produção de conhecimento, a partir do próprio conhecimento. Além disso, essa integração não é benéfica apenas para o leitor que poderá escolher em que mídia prefere ter acesso a determinado fato, mas também, para enriquecer o próprio trabalho do jornalista que desenvolverá novas habilidades.