Curador de Notícias
Storify permite que jornalista se torne curador de informações, montando uma colagem narrativa
Por Henrique Arruda e Jessika Viveiros
Com o surgimento da internet e de novas tecnologias, várias profissões se veem de frente com novas ferramentas e consequentemente adaptações. Com o Jornalismo não seria diferente. O surgimento da internet possibilitou várias mudanças em relação à agilidade e formas de apuração na atividade diária do jornalista. Os celulares e tablets, que hoje em dia podem ser até melhores que os computadores da redação, permitem a publicação quase instantânea de qualquer lugar. Agora, uma nova ferramenta acrescenta mais uma função ao jornalista: a de curador de informação.
Criando em 2011, o Storify é uma plataforma de agregação cujo objetivo é ajudar usuários a contar histórias por meio da compilação de conteúdos das redes sociais e da própria web. Ou seja, ao contar determinada notícia, o jornalista pode selecionar tweets, posts do Facebook, publicações de portais de notícia como forma de mostrar, exemplificar ou mesmo validar as informações dadas no seu texto, construindo uma verdadeira colagem narrativa. Além disso, é possível adicionar vídeos do Youtube e imagens do Flickr à história criada.
Antes de ser lançado, o Storify foi testado por diferentes veículos de comunicação, como o “Washington Post” e “National Public Radio”, ambos norte-americanos. A ferramenta se fez tão útil e inovadora que durante seu período de testes, 21 mil histórias foram criadas e acessadas mais de 13 milhões de vezes. A razão para a compatibilidade com as necessidades atuais dos jornalistas está em sua própria criação: um de seus idealizadores é um ex-repórter da Associeted Press, uma agência de notícias norte-americana.
O Storify se mostra uma excelente ferramenta nos dias atuais. Além de jornalistas, os blogueiros e demais interessados podem usá-lo como forma de “peneirar” os milhares de conteúdos que são postados diariamente na internet. Para se ter uma ideia, apenas no Facebook são feitas 1,5 bilhões de atualizações por dia, e no Twitter 140 milhões de tweets são enviados. Além de selecionar tanta informação, o Storify pode ser considerado uma nova ferramenta de interação entre emissor, no caso o jornalista, e receptor. Muitos leitores podem contribuir enviando links de portais de notícia, fotos, vídeos e mensagens por meio das redes sociais para a construção da história.
Outra função que pode ser atribuída a esta plataforma é a de uma linha do tempo. Ao agrupar as informações de ordem cronológica, o Storify permite que a leitura seja mais fácil do que em muitas linhas do tempo, de maneira que a leitura não fique tão cansativa, já que a história é construída com muitos recursos, como o vídeo e a publicação dos tweets.
Assim, com o Storify os jornalistas, além de apurar, produzir e divulgar informações, passam a ser curadores, selecionando posts e publicações chave para a construção de uma história da mesma forma que o responsável de um museu seleciona os quadros e como eles vão ser expostos nas galerias. O Storify pode ser considerado ainda uma vitrine mostrando o quê e quem o jornalista acompanhou sobre determinado assunto, como o Twitter de um Senador, órgão do Governo ou músico.
Saiba mais:
Texto do professor da PUC-SP, Andre Deak, sobre Storify
Artigo do Knight Center afirma que Storify fura bloqueios midiáticos
Matéria do jornal O Globo sobre testes do Storify
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