Assalto ao Banco Central: uma história real num filme de ficção

22-04-2012 11:32

Baseado em fatos reais, Assalto ao Banco Central veio com o objetivo de resgatar o gênero de ação produzido para as telonas do Brasil.

 

Por Flávia Lages - JRM7

flaviamarcilialages@gmail.com

Assalto ao Banco Central, lançado em 2011, tem como inspiração o crime ocorrido em agosto de 2005, na cidade de Fortaleza. O assalto, que rendeu R$164,7 milhões aos ladrões é considerado o maior do século. Sem suspeitas, tiros ou alarmes disparados, os reais assaltantes construíram um túnel de 84 metros e roubaram três toneladas de reais do BC de Fortaleza.

 

A estreia de Marcos Paulo como diretor do longa é vista, por alguns críticos, como a volta do gênero policial ao país, que veio perdendo forças desde seu ápice, na década de 1970. No elenco, nomes já consagrados nas telinhas, como Cássio Gabus Mendes, Lima Duarte, Giulia Gam e Milton Gonçalves.

 

Em grande parte dos seus 104 minutos, o longa, que é classificado no gênero de ação, passa dentro de uma casa alugada no centro de Fortaleza. Cerca de 10 personagens protagonizam as cenas em que um velho engenheiro – que não era ladrão, mas gostaria de ganhar dinheiro – elabora o projeto para a construção de um túnel ligando a casa aos cofres do BC.

 

O ponto forte da trama está na edição, em que são intercaladas as ações e pensamentos de policiais e bandidos. O filme é dividido no planejamento do assalto, na execução e nas investigações após o assalto ser descoberto. Há cenas em que são intercalados os planos do assalto e a investigação do mesmo. É através de muitos dos interrogatórios feitos pela polícia que a história se mostra. O vai e vem entre passado e presente é que dá a movimentação que o gênero pede.

 

Mineiro (Eriberto Leão) é um dos bandidos que meses antes do assalto havia saido da prisão. Com cara de bonzinho, mas ordinário, o personagem vive um romance com a esposa do chefe da quadrilha, Carla (Hermila Guedes). Cenas de sexo explícito entre eles – e também dela com o marido – são colocadas ao longo do filme.

 

Cenas e falas - ainda que rápidas e quase despercebidas - bastante reais dão um tom crítico ao longa. É o caso quando o Mineiro, ao finalizar o roubo, diz que, nesses momentos, sente orgulho de ser brasileiro. Um ex-policial participando de toda a roubalheira e dizendo que é algo normal na corporação ser corrupto, como uma espécie de segundo trabalho dão mais veracidade ao filme.

 

O assédio de policiais corruptos que não participaram do crime, mas queriam tirar proveito dele é uma das grandes sacadas do filme, já que no assalto real isso também ocorreu e alguns ladrões foram até sequestrados e mortos, mesmo a família pagando resgate.

 

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CURIOSIDADES:

- Embora seja baseado em fatos reais, todos os personagens da trama foram criados para o filme.

- Para representar a casa do assaltante Mineiro (Leão) em Fortaleza, foi usado o Colégio Sagrado Coração de Jesus, no Alto da Boa Vista, espaço desativado no Rio de Janeiro.

- Com orçamento estimado em R$ 6.5 milhões, o longa teve 10% do montante financiado pelo governo do Ceará.

 

FICHA TÉCNICA:

Título original: Assalto ao Banco Central
Lançamento: 2011 (Brasil)
Direção: Marcos Paulo
Atores: Eriberto Leão, Milhem Cortaz, Hermila Guedes, Giulia Gam, Lima Duarte.
Duração: 104 min
Gênero: Ação

 

LEIA TAMBÉM

- Crítica do filme no site UOL

- Crítica do filme no site Cinemaqui

- Crítica do filme no site Cine Click

 

SAIBA MAIS

- Site oficial do filme

- Informações sobre o assalto real

- Primeiras imagens das gravações do filme

 

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