
As mídias sociais no jornalismo
Por Rafael Sandim
Os fatos são transmitidos com grande velocidade atualmente. Ao invés de tentar encontrar a solução para não deixar a WEB 2.0 acabar com o jornalismo impresso, as pessoas devem procurar a forma correta de usar a novidade, já não mais tão inédita, para fazer jornalismo.
A WEB 2.0, basicamente, representa a capacidade de resposta imediata entre o escritor e o leitor. Essa interatividade é feita através da internet, com ferramentas como Blog, Twitter e outros. O comentário feito pelo receptor pode ser para fazer críticas negativas ou positivas referentes ao conteúdo apresentado. Mesmo que muitos tenham medo disso, essa possibilidade é extremamente importante para o jornalista. Às vezes é difícil para enxergar o próprio erro ou ter novas ideias. Através da participação de quem leu o texto, viu o vídeo ou ouviu o podcast, quem preparou o material pode usar a opinião para aprimorar o que havia feito.
Mesmo que muitos tenham medo das atuais possibilidades de fazer jornalismo. Seja em blog criado em dois minutos ou em uma redação da Folha Online, é visível que o modo de informar precisa ser adaptado às inovações. As novas gerações são criadas já neste mundo em que se pode noticiar com 140 caracteres. Não existe outra opção a não ser saber como usufruir bem as mídias sociais, o que não é difícil.
Em 2008, tive uma experiência de mais de um ano como redator no site Cinema em Cena. Naquele período aprendi como o leitor está atento ao trabalho do jornalista. Era meu primeiro estágio e eu tinha muito medo do meu chefe, de quem lia, da equipe, de tudo. Umas das coisas que mais me motivava a fazer notícias todos os dias era a resposta que vinha do público. Era gratificante fazer uma nota e saber a repercussão que tinha conseguido através das redes sociais que estão agregadas ao Cinema em Cena. Após fazer uma nota publicava uma chamada sobre ela no Twitter e os seguidores já comentavam o que achavam. Era carta ao leitor instantânea. Era a chance de poder crescer junto com o leitor e receber boas dicas e procurar aprimorar o trabalho. Mesmo com essas possibilidades, sempre tem um na equipe que é contra inovações, mais tradicionalista. Tínhamos um assim no CEC também, mas ele logo viu que webjornalismo não era para ele.
Mesmo com tantos benefícios, as redes sociais têm seus problemas. Elas podem ser usadas de maneira e servir como uma ferramenta importantíssima para o jornalista. Porém, algumas têm o seu destino definido para o mesmo fim que o Orkut, se tornar uma página cheia de spam. As pessoas perderam o interesse pela página e ela, que antes era ferramenta muito usada para encontrar fontes e ter feedback, tem sido trocada pelo Facebook, que também anda muito poluído.
O uso pessoal nas redes sociais é aceitável e comum. Porém, ele deve ser mediado, não pode crescer tanto ao ponto de afundar a página e atrapalhar o trabalho do jornalista. As pessoas precisam perder o preconceito e passar a valorizar a importância da WEB 2.0. Além de criar novas possibilidades jornalísticas, ela une algum brasileiro a um japonês em tempo real. E não é só boa para os meros usuários, muitos usam como ferramenta de trabalho. O Twitter de uma empresa pode ser a melhor maneira para noticiar sobre os acontecimentos no local para os funcionários. O Facebook pode entregar várias respostas sobre algum determinado trabalho. Por esses e outros motivos têm sido cada vez mais valorizado financeiramente os profissionais que analisam mídias. Aos poucos, as pessoas passam a entender melhor o processo de mudança em que vivemos e tentam descobrir como usá-las para informar melhor e gerar lucros.