
As "madeiras" do dia a dia
Antes de o sol nascer, ele já está de pé. Arruma suas coisas, encara ônibus lotado e vai trabalhar. A vida de carpinteiro não é nada mole, mas dá uma boa história pra contar.
Por Carolina Fonseca, Gabriela Machado e Renata Machado
Algumas pessoas trabalham por falta de opção, por precisar de dinheiro e não ter estudo ou por qualquer outro motivo. Mas a verdadeira razão de Washignton Luiz, 42 anos, trabalhar vai além da vocação, a carpintaria é uma herança. Formado em diversos cursos como administração de condomínio, assistente de enfermagem e cozinha, ele percorreu várias áreas do mercado até se tornar carpinteiro, mesma profissão de seu bisavô, avô e pai.
Antes de qualquer outra coisa, Washignton gosta do que faz e se orgulha de ver um prédio pronto com um pouco do seu suor. Como já dizia Lúcio Barbosa: “Tá vendo aquele edifício moço? Ajudei a levantar. Foi um tempo de aflição. Eram quatro conduções. Duas pra ir, duas pra voltar. Hoje depois dele pronto olho pra cima e fico tonto...”.
Mas o dia-a-dia do profissional da construção civil não é fácil. Entre as idas e vindas de casa para o trabalho e a jornada de serviço são quase 16 horas. Trabalha-se muito e a atividade é pesada, requer bastante esforço físico, a pressão é grande, os prazos têm de ser cumpridos, mas nada tira o bom humor e a expectativa para o final de semana de lazer. Uma rotina que, apesar das farpas nas mãos e das pesadas madeiras que carrega, resulta em grandes histórias e lições de vida.