A outra Neda

28-09-2011 09:10

Professora iraniana é confundida com outra tem vida mudada

Por Carla Oliveira

Ver a sua morte anunciada na TV é um fato inesquecível para Zahra Soltani. Esta professora iraniana, de 33 anos, viu em julho de 2009 sua foto, que havia postado no Facebook rodar o mundo, junto com a notícia que havia morrido nos protestos contras as eleições presidenciais. Zahra foi confundida com outra iraniana, muito parecida com ela, chamada Neda Agha-Soltan.

 

Neda foi baleada numa manifestação em Teerã, capital do Irã. Sua morte foi gravada por celular e espalhada na internet. Ela se tornou símbolo da luta contra a repressão do governo de Mahmoud Ahmadinejad.

 

Pelo descuido de algum internalta/manifestante Zahra se viu envolvida nos esforços do governo iraniano como encobrir o incidente envolvendo Neda. Ela começou a ser pressionada e ameaçada por agentes do governo, para que se apresentasse em público. Sua vida mudou completamente, ela era professora de Literatura Inglesa na Universidade Islâmica Azad e não tinha nenhum envolvimento com política.  Teve que fugir de seu país e vive hoje como asilada perto de Frankfurt, na Alemanha. Ainda teme por represálias por parte do serviço de inteligência iraniano.

 

Veicular uma informação importante em um espaço pequeno de tempo não é um trabalho fácil. Não basta selecionar o vídeo, ou foto e espalhar pela rede. É necessário que quem envia a informação tenha certeza da veracidade dos fatos. A apuração é essencial. Mas como cobrar apuração jornalística de manifestantes políticos afoitos pelo seu ideal? Isso pode ser considerado Jornalismo Colaborativo? As agencias internacionais de comunicação devem utilizar dessas fontes? Essas são perguntas que ainda  estão sendo respondidas. Até lá muitas Zahras podem sofrer pelo mundo a fora.

 

 

Saiba mais:

- Veja vídeo da HBO sobre os esse caso

- Infográfico sobre os conflitos no Irã

- Inforgráfico com o histórico de tensões no Irã

Leia mais:

- Governo iraniano tentou abafar caso Neda: agentes queriam forçar professora a se passar por jovem morta durante protestos

 

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