A massa que ocupa lugar no espaço jornalístico

27-04-2012 20:56

Redes sociais surgem como novas fontes de informação

por Diego Costa e Ângelo Felipe

 

As redes sociais surgem como uma nova forma de estabelecer uma relação entre as pessoas. Constitui-se como um ambiente no qual as distâncias entre os conectados são eliminadas, uma vez que a web possibilita a interação dos usuários, independentemente da localidade. No jornalismo, a ferramenta constitui-se como um importante instrumento para aproximar o público dos veículos. A ideia inicial é de uma espécie de feedback para o conteúdo veiculado pela mídia. Mas essa questão passa a se complexificar na medida em que as próprias redes sociais potencializam os seus recursos. Novidades, inovações no formato tornam esses ambientes cada vez mais abrangentes e capazes de amplificar seus efeitos. E justamente estas condições criadas que elevaram a importância das redes de relacionamento para o jornalismo. Obviamente que está mudança deve ser encarada como um processo composto por etapas, não podendo ser encarado como algo que surgiu da “noite para o dia”.

 

O jornalismo custou a perceber a utilidade que as redes sociais poderiam representar para o processo de produção de notícia. Algo até certo ponto compreensível, tendo em vista que as primeiras redes sociais ainda eram incipientes em termos de ressonância na sociedade. Essa história começa a mudar com o sucesso dos blogs, que ainda não tinham a concepção de rede social como temos atualmente, mas já era um meio de ampliar as fontes de informação, além de possibilitar a interatividade entre o escritor e o usuário. O Orkut, por muitos anos a rede social com maior número de usuários no Brasil, não chegou a se empreender nesta atividade de se colocar como fonte de informação para a mídia. A excessão das comunidades, a ferramenta era tida mais como entretenimento. Nem mesmo o Facebook, de Mark Zuckerberg chegou a despertar o interesse imediato para a importância jornalística da ferramenta. Talvez nem o próprio fundador tinha essa noção. Isso só veio depois e com muita força.

 

Foi com o twitter, fundado em 2006, que as coisas começaram a ganhar forma. São somente 140 caracteres que mudaram a dinâmica entre o jornalismo e as redes socias. Empresas de comunicação viram no ambiente uma grande oportunidade de buscar novos públicos, bem como dar maior vazão ao conteúdo produzido. A vantagem residia justamente na agilidade com que as informações eram publicadas. Necessidade premente do webjornalismo. A segregação de acordo com os assuntos interesse do internauta também foi contemplado. Mas o twitter foi além disso. Mais do que um novo canal de reprodução de conteúdo, a rede passou a servir de importante fonte de informação para os jornalistas. A situação se evidenciou com o papel desempenhado pela ferramenta na chamada “Primavera Árabe”. No evento, o twitter simplesmente foi o propulsor e propagador dos ideais que posteriormente derrubaram lideres ditatoriais do poder, como no movimento contra Osnir Mubarak, no Egito. A cubana Yaone Sanchez também é outro exemplo desta situação. A partir de seu blog e, posteriormente no twitter, a jornalista ganhou destaque mundial ao criticar o regime cubano. Até mesmo o Wiki Leaks, ambiente de compartilhamento de informações diplomáticas e que foge à ordem das redes sociais, também ganhou notoriedade dentro do jornalismo. Assim, pode-se dizer que estes novos ambientes vão ao encontro da ideia de descentralização inerente ao webjornalismo. A noção de um emissor de conteúdo, emitindo uma mensagem, que será recebida passivamente pelo receptor é desconsiderada ao ser analisar a lógica estabelecida com as redes sociais.

 

Um outro ponto a ser levantado nesta discussão diz respeito aos fenômenos da internet que também vem ganhando cada vez mais espaço na mídia. Em circunstâncias normais, o que interessaria para o jornalismo saber que “Luiza está no Canadá”, ou que dois jovens da periferia cantam uma música “Para nossa Alegria”? Não há como negar o patamar cada vez maior ocupado por estes astros da web. Até mesmo a Globo com seu rígido padrão de jornalismo se rendeu aos ilustres desconhecidos da internet. Isso não seria possível sem a força que as redes de relacionamento ocupam atualmente na sociedade.

 

Danem-se alguns dos critérios de noticiabilidade. As pessoas querem espaço!

 

Saiba mais:

- A importância das redes sociais para o jornalismo

- Analise de acordo com especialistas do Jornal O Globo sobre as redes sociais.

- 10 Mandamentos para jornalistas nas redes sociais

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