
A chegada do leitor-emissor
Por Michelle Lessa
Como as novas tecnologias transformaram o leitor-receptor
O jornalismo está em crescente mudança. Isso, porque o mundo também está. Para seguir essas mudanças, os meios de comunicação se unem e procuram se adaptar a elas. É a chamada era digital, onde tudo e todos podem não só ter acesso às informações como, também produzi-las.
Viemos de um mundo onde existiam jornalistas-emissores e leitores-receptores. Hoje, com a evolução das mídias, os jornalistas passaram, também, a se tornar receptores, e os leitores, também emissores. Antes, as pessoas somente liam as notícias. Agora, elas também fazem parte da produção. Um exemplo é o quadro “VC no MGTV”, da Rede Globo. Toda quarta-feira, o telejornal exibe uma “reportagem” produzida por um cidadão comum e vai investigar o caso.
Grande parte dessa mudança se deve à internet, que abriu novas portas de interação entre os meios de comunicação e o público. Com a chegada dela e seu rápido avanço, o jornalismo foi obrigado a se adequar às novas tendências. Porém, isso não foi um custo, pelo contrário, acabou de tornando algo natural. Isso, porque os jornalistas perceberam que a internet iria se tornar a maior fonte que eles poderiam ter. Dona de uma gama inimaginável de informações, a internet acabou se tornando uma ferramenta indispensável no dia a dia do jornalismo, servindo como fornecedora de informação, fonte e apuração.
Outro ponto que faz a internet ser o que é, é a instantaneidade. Antes, era novidade no jornalismo o que acontecia no dia. Hoje, isso já não basta. Com a velocidade da internet, a informação só vive durante a hora. Não existe mais a “novidade do dia”, e sim, a “novidade da hora”. Pela internet, é possível saber o que está acontecendo agora mesmo em qualquer lugar do mundo, assistir a notícias de vários outros lugares e receber informações de onde se desejar.
Até agora, só falamos sobre a internet. Porém, não é somente ela que pertence às novas mídias. Outro exemplo são as redes sociais, como Twitter, Orkut, Facebook. A partir delas, as pessoas podem comentar, opinar e dar sugestões sobre o assunto pautado pelo jornalista. Assim, surge uma nova forma de interação entre os meios de comunicação e o público. Para o jornalista, é muito importante estar atento a essas novidades e buscar se beneficiar por meio delas. Desta forma, é possível estar mais perto do seu público-alvo e saber o que ele deseja.
Porém, nem tudo são flores. A facilidade que se tem em encontrar informações de qualquer tipo, verdadeiras ou não, faz o jornalista perder sua credibilidade por não ter uma fonte concreta para provar. E, nesse caso, quem tem de confirmar a informação é o próprio jornalista. Além disso, a liberdade de informação que as redes sociais trazem já prejudicou muitos profissionais da área, que não souberam separar a profissão da vida particular.
Por vários fatos, inclusive a chegada da internet, até hoje especula-se muito sobre o fim do jornalismo impresso, porém, ele nunca chegou, de fato, nem perto do fim. ele soube se adaptar muito bem e utilizar das novas tecnologias a seu favor como, por exemplo, versões para internet, IPad e celular. Em qualquer lugar que o leitor estiver, ele pode acessar, na íntegra, todo o conteúdo do jornal impresso.
Apesar da facilidade qua as novas mídias trouxeram, o leitor ainda sente a necessidade de uma informação completa, com credibilidade e mais palpável. Por isso mesmo é que o jornal impresso ainda não está perto do fim. porém, não é para icar de mãos atadas por isso. pelo contrário. O leitor ainda procura criatividade e vai atrás de quem trouxer mais novidade.