A internet, o fenômeno da mídia social e o novo espaço para a informação

17-03-2011 10:41

Por Stephanie Zanandrais 

Com a chegada da internet as mídias sociais abriram espaço para o povo falar, opinar, informar e noticiar 

 

A mídia social é um fenômeno que tornou possível a união e globalização dos povos. Desde sua chegada na década de 90, o crescimento e a expansão da internet, tem provocado mudanças radicais de comportamento, hábitos e cultura. O espaço público online não vê cara nem coração, não há religião privilegiada, nem cor que predomine. E à medida que as pessoas passam a ter acesso, de lugares bem distantes, e conhecem o universo da relação sócio-virtual, aumenta o número de pessoas conectadas umas às outras. Consequentemente novas experiências são compartilhadas. Menos preconceito e mais liberdade pulsão no coração desse fenômeno.

 

Segundo Evandro de Assis, na obra O jornalismo e a mídia social: desafios profissionais na comunicação aberta ao público, a mídia social está popularizando a informação para quem quiser acessar, manipular e distribuir. “Ao gozar dessas vantagens as pessoas passam a exigir tratamento equivalente dos jornalistas, querem contribuir, criticar, recombinar reportagens e redistribuí-las”.

 

Antes era novo, agora está cada vez mais comum assistirmos em jornais televisivos vídeos enviados por telespectadores que se sentem envolvidos com o compromisso da informação. Eles querem e podem fazer denúncias. Querem expor para o público o que se passa perto dele. E esse sentimento de compartilhar informações pessoais, ou não, ganhou força com a mídia social e pressionou a mídia tradicional até fazer parte dela também. Mas a proporção dessa influência não se limitou no campo da informação, ela ultrapassa a palavra e se desencadeia em ações de protestos e evoluções.

 

Os vídeos postados nas redes sociais sobre a corrente de protestos por democracia no mundo islâmico são exemplo dessa revolução que avança a cada segundo. Muitos deles são chocantes como o vídeo postado por um iraniano com imagens fortes de Neda, cantora baleada no meio dos protestos em Teerã. A filmagem foi feita de um celular. A qualidade é ruim, mas mostra nitidamente os últimos segundos de vida e o desespero de todos que tentaram ajudá-la. Mostra a revolta da população que luta por liberdade. Mostra uma sociedade que teve acesso à realidade virtual, outro mundo. 

 

A necessidade de interação com outros homens, segundo Larissa Adler, leva o indivíduo a tomar decisões e agir sob a influência dessa interação total. “O contexto social imediato dos indivíduos nas cidades tem uma ação especial, tanto no processo ou níveis macrossociais quanto individuais” (ADLER, 2009). Mediante isso, pessoas que vivem em um contexto de guerra paralelo a um contexto de relacionamentos com pessoas que vivem em uma realidade de paz, tendem a ser influenciadas por este conflito de conceitos e vivência.

 

O jornalismo diante dessa realidade tem o papel de mediar os fatos. Mas, à distância, deve ter a responsabilidade de filtrar as informações que são publicadas na internet e acompanhar de perto o caso para obter o máximo de detalhes para que seja uma informação de apuração profissional e “superior” à informação dada nos blogs. “Os blogs eram meros diários online para adolescentes, até pouco tempo. Hoje são ferramentas de comunicação eficientes, rápidas e versáteis a ponto de rivalizar com os jornalistas na transmissão de notícias” (ASSIS, 2009).

 

Os jornais impressos e televisivos entenderam a força da internet e migraram seus conteúdos para a plataforma online. Os textos devem ser curtos e diretos. A informação deve ser atualizada a cada momento. Para isso, a busca e o acompanhamento de notícias pelo universo online devem vir de fontes confiáveis que publicam informações certas e têm o compromisso com a transparência. Além disso, o jornalista deve estar aberto a novas formas de trabalho, como estabelecer com o público uma parceria, o que segundo Assis é a parte mais áspera das mudanças em curso. Mas que venham as mudanças e os profissionais estejam preparados para direcionar e ser direcionado por seu leitor, que também é um informador e exige cada vez mais um conteúdo de qualidade e de preferência que ele se sinta envolvido de forma a ter peso a sua opinião e participação. 

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Data: 23-03-2011

De: Rafael Rocha

Assunto: Como o jornalismo deve lidar com as redes sociais

Realmente as redes sociais estão cada vez mais presentes na vida das pessoas e no jornalismo, com isso é possível perceber que esta "globalização dos povos" por meio da internet seria poder transmitir para o mundo o que esta acontecendo e que outros países não estão cientes ou não têm uma maneira de transmitir isso para as pessoas. Como no caso citado dos vídeos de um protesto no Irã, nas redes sociais.

Porém, nem toda informação publicada na internet por pessoas que não são jornalistas, deve ser filtrada para conferir sua credibilidade, para que não aconteçam erros e que o jornalista caia em piadas de blogueiros.

Como que você acha que deve acontecer essa interação do jornalismo com as redes sociais, para não cair em contradições, brincadeiras e falsas noticias que circulam pelo mundo da internet, como aconteceu com o "Cala boca Galvão", que virou notícia em grandes jornais internacionais e mensagens de falsos personagens com nomes engraçados, simplesmente para o “internauta” rir da cara do jornalista, na hora de ler.

Data: 23-03-2011

De: Stephanie Zanandrais

Assunto: Re:Como o jornalismo deve lidar com as redes sociais

Rafael,

A ética e o compromisso com a transparência e objetividade são conceitos que o jornalista deve ter na hora de escrever seu texto. Infelizmente, graças ao sensacionalismo, muitas produções não apresentam a seriedade que devem ter. Daí vem casos como do Galvão. E no mínimo a repercussão é negativa para a vítima.
O que aconteceu com o twitt "cala boca Galvão" repercutiu no twitter, não teria sido levado pra frente se não fosse publicada nos jornais. O jornalista deve lembrar que ao publicar certos comentários lançandos na internet ele torna público e oficial aquelas palavras.
Ainda não aconteceu e nem sei se vai, das pessoas usarem a internet de maneira consciente e eticamente correta. Por isso, muitas ações judiciais têm tramitado por conta da inconveniências de alguns e a irresponsabilidade de outros, como o jornalista desse caso.
Resta a mim concluir que filtrar o conteúdo da internet para virar notícia não pede somente averiguar se é verdade a informação, se tem credibilidade etc, exige que o jornalista tenha o bom senso em qual pode ser a repercussão daquilo, se vai dar duplo sentido e se realmente vale a pena oficializar aquele insulto ou situação infeliz.

Data: 23-03-2011

De: Lorena

Assunto: Mídias Sociais

Stephanie,

O texto ficou bom. Só não gostei do último parágrafo, um pouco vago e desconectado da proposta principal. Também faltou fazer a marcação das palavras e ideias principais de cada parágrafo. E os parágrafos ficaram muito longos, contrariando a proposta de texto que vimos em sala.

Minha pergunta:cite exemplos de utilização das mídias sociais pela imprensa nos casos recentes dos protestos no Egito e do Tsunami no Japão.

Data: 23-03-2011

De: Stephanie

Assunto: Re:Mídias Sociais

Lorena,
Com o advento da internet e o espaço das midias sociais para a pessoa simplesmente existir, e assim ter voz e ser ouvido, países de regimes autoritários como o Egito vêm passando por um processo de mudança cultural. Isso porque as redes Facebook, Twitter, entre outras, possibilitam uma liberdade de expressão que o indivíduo não tem em sua própria sociedade. Uma situação que não duraria por muito tempo e levaria ao que temos vivenciado e acompanhado, inclusive através das redes sociais, nesses países. E a imprensa não poderia ficar fora desses acontecimentos. Os jornalistas utilizaram as mídias para fazer denúncias de autoritarismo, mortes e perseguições. Além de ter utilizado depoimentos, vídeos e fotos postados pelos egipcios nas redes.
O presidente Mubarak chegou a proibir e bloquear o uso da internet, do Facebook e Twitter. Os jornalistas denunciaram através do Twitter e uma união entre rackers de várias partes do mundo criou vários IP´s que não podiam ser bloqueados pelo governo. Além disso, vários videos foram postados e fotos atualizaram o acontecimento tanto nas redes socias, quanto nos jornais online.
O mesmo aconteceu com o Japão. Várias imagens do momento em que a terra tremeu a uma magnitude de 8.9 foram postadas nas redes. Vídeos de pessoas que estavam trabalhando no momento, pessoas nas ruas fugindo dos blocos de concreto que caiam das enormes construções, fendas enormes que se abriram nas ruas. Logo em seguida imagens da Tsunami que varreu cerca de 6 milhas das cidades litorâneas no país. Não posso dizer que foi todo o material postado utilizado pela imprensa, mas cada atualização de novos vídeos e imagens foram também dadas como novas imagens e novos vídeos sobre a catástrofe pelos jornais.
Por fim, o uso do Skype e videos conferências, Twitcans entre outros, foram fundamentais para as emissoras fazerem contato com brasileiros que passaram pela tensão no país.

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