
A internet, o fenômeno da mídia social e o novo espaço para a informação
Por Stephanie Zanandrais
Com a chegada da internet as mídias sociais abriram espaço para o povo falar, opinar, informar e noticiar
A mídia social é um fenômeno que tornou possível a união e globalização dos povos. Desde sua chegada na década de 90, o crescimento e a expansão da internet, tem provocado mudanças radicais de comportamento, hábitos e cultura. O espaço público online não vê cara nem coração, não há religião privilegiada, nem cor que predomine. E à medida que as pessoas passam a ter acesso, de lugares bem distantes, e conhecem o universo da relação sócio-virtual, aumenta o número de pessoas conectadas umas às outras. Consequentemente novas experiências são compartilhadas. Menos preconceito e mais liberdade pulsão no coração desse fenômeno.
Segundo Evandro de Assis, na obra O jornalismo e a mídia social: desafios profissionais na comunicação aberta ao público, a mídia social está popularizando a informação para quem quiser acessar, manipular e distribuir. “Ao gozar dessas vantagens as pessoas passam a exigir tratamento equivalente dos jornalistas, querem contribuir, criticar, recombinar reportagens e redistribuí-las”.
Antes era novo, agora está cada vez mais comum assistirmos em jornais televisivos vídeos enviados por telespectadores que se sentem envolvidos com o compromisso da informação. Eles querem e podem fazer denúncias. Querem expor para o público o que se passa perto dele. E esse sentimento de compartilhar informações pessoais, ou não, ganhou força com a mídia social e pressionou a mídia tradicional até fazer parte dela também. Mas a proporção dessa influência não se limitou no campo da informação, ela ultrapassa a palavra e se desencadeia em ações de protestos e evoluções.
Os vídeos postados nas redes sociais sobre a corrente de protestos por democracia no mundo islâmico são exemplo dessa revolução que avança a cada segundo. Muitos deles são chocantes como o vídeo postado por um iraniano com imagens fortes de Neda, cantora baleada no meio dos protestos em Teerã. A filmagem foi feita de um celular. A qualidade é ruim, mas mostra nitidamente os últimos segundos de vida e o desespero de todos que tentaram ajudá-la. Mostra a revolta da população que luta por liberdade. Mostra uma sociedade que teve acesso à realidade virtual, outro mundo.
A necessidade de interação com outros homens, segundo Larissa Adler, leva o indivíduo a tomar decisões e agir sob a influência dessa interação total. “O contexto social imediato dos indivíduos nas cidades tem uma ação especial, tanto no processo ou níveis macrossociais quanto individuais” (ADLER, 2009). Mediante isso, pessoas que vivem em um contexto de guerra paralelo a um contexto de relacionamentos com pessoas que vivem em uma realidade de paz, tendem a ser influenciadas por este conflito de conceitos e vivência.
O jornalismo diante dessa realidade tem o papel de mediar os fatos. Mas, à distância, deve ter a responsabilidade de filtrar as informações que são publicadas na internet e acompanhar de perto o caso para obter o máximo de detalhes para que seja uma informação de apuração profissional e “superior” à informação dada nos blogs. “Os blogs eram meros diários online para adolescentes, até pouco tempo. Hoje são ferramentas de comunicação eficientes, rápidas e versáteis a ponto de rivalizar com os jornalistas na transmissão de notícias” (ASSIS, 2009).
Os jornais impressos e televisivos entenderam a força da internet e migraram seus conteúdos para a plataforma online. Os textos devem ser curtos e diretos. A informação deve ser atualizada a cada momento. Para isso, a busca e o acompanhamento de notícias pelo universo online devem vir de fontes confiáveis que publicam informações certas e têm o compromisso com a transparência. Além disso, o jornalista deve estar aberto a novas formas de trabalho, como estabelecer com o público uma parceria, o que segundo Assis é a parte mais áspera das mudanças em curso. Mas que venham as mudanças e os profissionais estejam preparados para direcionar e ser direcionado por seu leitor, que também é um informador e exige cada vez mais um conteúdo de qualidade e de preferência que ele se sinta envolvido de forma a ter peso a sua opinião e participação.
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